Sábado, 27 de Julho de 2024

Home em foco Vice-presidente do PT quer abrir igreja ligada ao partido

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Vice-presidente do PT nacional, o deputado federal eleito Washington Quaquá está articulando junto ao seu grupo político a abertura de uma igreja pentecostal em Maricá, cidade que governou entre 2008 e 2016. Diante da necessidade da esquerda ter um canal de diálogo melhor com o segmento cristão, Quaquá acredita que a iniciativa de ter uma denominação ligada ao partido fará com que a luta por espaço diante desse público seja mais “orgânica”.

Segundo a última pesquisa IPEC divulgada no início da semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 63% das intenções de votos entre os evangélicos contra 31% do ex-presidente Lula (PT). No primeiro turno, Quaquá organizou a única agenda do petista com pastores na corrida presidencial — o encontro ocorreu em São Gonçalo (RJ), cidade caracterizada pela forte penetração das igrejas evangélicas.

“Estamos montando o estatuto da igreja e já temos até nome. Será igreja Jesus Libertador. Temos que fazer essa disputa de narrativa na sociedade de maneira mais orgânica”, diz Quaquá, já adiantando que a denominação que pretende criar será contra a legalização do aborto e das drogas.

Até agora, o nome “Jesus Libertador” caracteriza um movimento criado no PT do Rio para engajar os filiados evangélicos do partido. Em agendas pelo estado, folhetos do movimento vem sendo distribuídos com mensagens em defesa de Lula e projetando até o que seriam ações de um futuro governo petista em parceria com as denominações.

“Estamos incomodados com a mentira disseminada no nosso meio evangélico de que o nosso presidente Lula iria fechar igrejas ou que o PT é o partido do diabo (…). O presidente Lula vai convocar todas as igrejas a participar de um imenso mutirão de combate à fome e de promoção de melhoria de vida do povo mais pobre”, diz um folheto do movimento Jesus Libertador.

Carta

A iniciativa de Quaquá ocorre em meio a uma discussão dentro sobre uma carta direcionada ao público evangélico. A iniciativa é uma dúvida dentro da campanha. O presidenciável resiste ao gesto, defendido por aliados como necessário para avançar no segmento em que o adversário encontra ampla maioria.

A correspondência, que estava prevista para ser divulgada neste sábado em São Paulo, foi adiada. O motivo é a falta de consenso entre integrantes do comitê e por causa da preparação do candidato do PT para o primeiro debate na TV no segundo turno. A nova data da divulgação da mensagem deverá ser discutida na próxima segunda-feira (17).

O texto da carta, em discussão desde a última semana, ainda não está fechado. Petistas e pastores avaliam várias versões do formato e do conteúdo da mensagem. A avaliação interna da campanha é que qualquer deslize na correspondência poderia representar um tiro no pé a um público do qual Bolsonaro já tem a maior parte do apoio.

A palavra final sobre o texto, no entanto, será de Lula. Auxiliares do petista envolvidos na elaboração da carta afirmam que a entrega do documento será feita em um evento entre o ex-presidente e lideranças evangélicas.

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