Quarta-feira, 09 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de julho de 2025
Uma nova espécie de escorpião, o escorpião-amarelo-do-Nordeste, ou Tityus stigmurus, foi encontrada em Porto Alegre. De acordo com o Núcleo de Fiscalização Ambiental da Vigilância em Saúde, três escorpiões dessa espécie foram capturados na cidade, nos bairros Moinhos de Vento e no Sarandi e nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
As três capturas são recentes e o fato é inédito. Até este ano, apenas a espécie Tityus serrulatus (escorpião-amarelo) havia sido identificada. Na noite de terça-feira (8), uma ação coordenada pelo Núcleo no Centro Histórico resultou na coleta de 17 escorpiões, todos enviados para o Centro de Informações Toxicológicas do Estado – nenhum da nova espécie. Até o momento, já foram capturados 306 animais e registrados dois acidentes na área central da cidade.
O Tityus stigmurus ou escorpião-amarelo-do-Nordeste é uma espécie típica da região Nordeste do Brasil. Há registros da presença do animal em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e no Tocantins. A espécie tem importância médica.
O veneno apresenta ação neurotóxica semelhante à do Tityus serrulatus, podendo ocasionar sintomas sistêmicos, especialmente em crianças, idosos e pessoas com comorbidades. A espécie é capaz de se reproduzir por partenogênese (sem necessidade de acasalamento). Isso facilita sua dispersão e proliferação em ambiente urbano.
O chefe do Núcleo de Fiscalização Ambiental, Alexandre Companhoni, destaca que a identificação da nova espécie representa uma mudança no perfil escorpiônico urbano de Porto Alegre.
“As duas espécies de escorpião amarelo que circulam em Porto Alegre são muito perigosas. Em caso de picadas, a recomendação é levar a vítima (ou deslocar-se, se possível) até o Hospital de Pronto Socorro”, informa. Em caso de visualização de escorpiões amarelos, a recomendação é acionar o serviço 156 da prefeitura.
Na última sexta-feira (4), a Vigilância em Saúde emitiu notas informativas à rede de urgência e emergência e à população em geral para informar a cidade sobre a presença do animal em nosso território.
Medidas preventivas:
– Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos que servem de alimento para escorpiões.
– Combater a proliferação de baratas dentro de casa. Se utilizar pesticidas, recomenda-se o uso de formulações do tipo gel ou pó. Esta atividade deve ser executada somente por profissionais de empresas especializadas.
– Sacudir e examinar roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo.
– Evitar colocar as mãos sem luvas em buracos, sob pedras, troncos podres e em dormentes da linha férrea.
– Nas casas e apartamentos utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques.
– Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e a parede.
– Consertar rodapés despregados.
– Afastar as camas e berços das paredes.
– Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
– Não pendurar roupas nas paredes.
– Preservar os inimigos naturais de escorpiões: aves de hábitos noturnos como coruja, lagartos e sapos.
– Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas. Usar calçados e luvas de raspas de couro nas tarefas de limpeza em jardins e quintais.
– Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada.
– Nas áreas com presença do animal, informar pelo serviço 156 necessidade de limpeza de terrenos baldios vizinhos a residências.
– Em caso de visualização de escorpião, informe a prefeitura pelo serviço 156. Profissionais do Núcleo de Fiscalização Ambiental farão contato para capturar o animal e prestar as orientações necessárias.
– Para outras informações, acesse o site do Ministério da Saúde.
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