Domingo, 28 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de setembro de 2025
O craque brasileiro Vini Jr., consagrado como o segundo melhor do mundo na Bola de Ouro do ano passado, caiu neste ano para o 16º lugar na premiação – a mais tradicional do futebol mundial desde que foi instituída pela revista France Football em 1956. Aparecer na lista dos 20 melhores do mundo não é pouca coisa, mas a perda de 14 posições no ranking reflete o status atual de Vini Jr neste início de temporada europeia.
O brasileiro não é mais a principal estrela do Real Madrid. Pelo menos desde o primeiro semestre de 2023, o clube merengue sonhava em contratar o francês Kylian Mbappé. Na época o negócio não chegou a se concretizar – e, na temporada seguinte, a de 2023/24, Vinicius se tornou o astro do time, consagrado pelas exibições na Champions League e pelo destaque na luta antirracista.
Mbappé, no entanto, foi para o Real Madrid em junho de 2024 e logo roubou do brasileiro a primazia de craque do time, como fizera anteriormente com Neymar no PSG. Na temporada passada, a de 2024/25, Vinicius manteve seu patamar de gols, mas o francês anotou 44, o dobro. Como recompensa, Mbappé acaba de herdar a camisa 10 de Luka Modric, lenda madridista com seis Champions League no currículo.
O contrato do brasileiro com o time espanhol termina em junho de 2027, e Vini vem encontrando dificuldades para prorrogar o vínculo até 2030 – o que gera rumores de que estaria saindo do clube.
Mas a temporada que antecede a Copa do Mundo 2026 também traz desafios para o brasileiro em campo. Ele começou o primeiro jogo da Champions League deste ano, contra o OIympique de Marselha, no banco de reservas. No campeonato espanhol vem sendo recorrentemente substituído no segundo tempo dos jogos.
No dia 20 de setembro, a televisão mostrou o descontentamento do atacante ao ser sacado de campo na partida contra o Espanyol, no Santiago Bernabéu. Em reportagem sobre o assunto, o jornal americano The New York Times aventou problemas de relacionamento entre Vini Jr. e o novo técnico do Real Madrid, o espanhol Xabi Alonso, contratado no início desta temporada.
Para o português António Veloso, criador de uma pós-graduação em futebol de alta performance na Universidade de Lisboa, a questão é mais complexa. “Com Carlo Ancelotti, o Real Madrid tinha o contra-ataque como uma de suas principais armas, potencializado pelos lançamentos precisos de Toni Kroos e Luka Modric para um Vini Jr. veloz e driblador. O time, assim, jogava em função dele”, diz Veloso, especialista em futebol europeu.
Passou-se um ano, o alemão Kroos abandonou o futebol, o croata Modric transferiu-se para o Milan, e o time passou a jogar em função de Mbappé. “Ao contrário de Ancelotti, Xabi Alonso prefere jogar à maneira espanhola, com muita posse de bola e marcação o campo inteiro”, diz Veloso.
“Nesse esquema o time não pode se dar ao luxo de ter dois jogadores que não gostam de marcar. São os casos de Mbappé e Vini Jr., que ainda por cima preferem jogar no mesmo setor, pela esquerda, o que torna um desafio escalá-los ao mesmo tempo.”
Apesar das dificuldades, o atacante brasileiro continua a fazer boas partidas pelo Real Madrid, mostrando inclusive entrosamento com o craque da seleção francesa. No jogo contra o Espanyol, deu uma assistência para o gol de Mbappé e acertou uma bola na trave. Em partida contra o Levante, na terça (23), jogou como ponta direita e, fora de sua posição, realizou um prodígio da geometria ao enquadrar a bola fora do alcance do goleiro num espaço mínimo entre os zagueiros adversários. (Com informações da Folha de S.Paulo)