Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025

Home Variedades Vinte anos após participação no Big Brother e prestes a interpretar vilã, Grazi Massafera analisa bullying no início da carreira

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A casa de cinco cômodos, “caindo aos pedaços”, em Jacarezinho, no Paraná, perdeu seu pilar, o pedreiro Gilmar, que se mudou de cidade, encantado por outra mulher. Era ele que, a duras penas, bancava o rodízio de pizza da família. Quando deixou o lar, a filha Grazielli, de 9 anos, assumiu o papel de babá da vizinha em troca de 500 gramas de muçarela por semana. Com mais uns tomates e um punhado de orégano, a mãe abandonada, Cleuza, manteve a pizza nno cardápio dos Massaferas.

Entre os lanches especiais e o ovo de pata — ingrediente obrigatório na dieta caseira para engordar —, Grazi ganhou fama. Fez de tudo nesse longo percurso: foi miss, participou do “Big Brother Brasil”, foi dirigida por Fernando Meirelles em “Corrida dos bichos” (que estreia ano que vem, na Prime Video) e, aos 43 anos, está gravando a 13ª novela da carreira, “Três Graças”, que substituirá “Vale tudo” no horário nobre. Será Arminda, a primeira vilã de sua vida, o que tem feito a atriz perder o sono. Mas, talvez, o papel mais difícil tenha sido lá atrás, quando precisou bancar seu nome entre estrelas da Globo que a enxergavam como forasteira. O preconceito veio de atores cujos nomes ela não esconde na entrevista a seguir.

1) Em “Três Graças”, você fará sua primeira vilã. Qual é a expectativa?

Entrei em crise. É difícil fazer gente ruim, inverter valores. Surto pra caramba. É minha primeira vilã, natural que eu esteja ansiosa, nervosa. Estou perdendo noites de sono. Fico pensando em como fazer… Na novela, maltrato uma velhinha, vivida pela Arlete Salles. Arminda, minha personagem, é amoral. Acha natural chamar a empregada de idiota. Conversei em casa com Fefê e Aline, minhas funcionárias. Elas me ajudaram na composição, pelas experiências horrorosas que tiveram com outras patroas.

2) Será a sua 13ª novela. Olhando em retrospecto, “Tempos Modernos” foi o trabalho mais difícil?

Um fracasso. O autor, Bosco Brasil, desistiu e pirou. Comecei como segurança de um prédio, virei um robô. Na realidade, foi uma tortura trabalhar como atriz até “Verdades secretas”. Antes disso, eu pensava em desistir em todas as novelas que fiz.

3) Como foi sair do “BBB” para a atuação?

Difícil. O elenco se reuniu um dia e tirou sarro de mim, pedindo para eu procurar “galharufas”. Não sabia, mas era um trote. No teatro, galharufa é um objeto simbólico dado como amuleto a iniciantes. Fiquei mal. Era uma estranha no ninho, e eles passavam do ponto. Só pensava: o espaço existe, vou me dedicar. E como tudo na vida — se eu for limpar um chão, eu me dedico —, não seria diferente. Não pensava em ser aceita, mas em realizar.

4) Quem tinha preconceito?

Otavio Augusto. Em “Tempos modernos”, ele não quis contracenar comigo. Fez a cena olhando para a parede e foi embora. E eu fiz sem ele. Isso aconteceu outras vezes.

5) Juntaram as cenas na edição?

Sim. Aí, depois, trabalhamos juntos novamente (na novela “A lei do amor”). Ele pegou minha mão e disse: “É uma honra trabalhar com você. Desculpa o que aconteceu”.

6) Mais alguém?

Ganhei um prêmio de atriz revelação, e o José Wilker era o homenageado. Ele disse: “Não desço na mesma escada que essa BBB”, com aquela voz que eu achava incrível. E teve o Miguel Falabella. Quando fui escolhida para “Negócio da China”, ele me praguejou. Depois, foi um amor e veio falar comigo.

7) E em “Verdades Secretas” foi indicada ao Emmy…

Pela primeira vez, era respeitada quando entrava em cena. Com a Larissa, vi que o sentimento que empresto a um personagem pode servir de reflexão. Eu me apaixonei pela profissão. Comecei a trabalhar por amor, não por dinheiro ou vaidade.

8) Antes do “BBB”, como virou miss?

Com a separação dos meus pais, as coisas apertaram. Comecei a pintar unha e pedi para minha mãe me deixar desfilar. Depois de um tempo, amigas travestis me emprestavam roupa para eu usar em concursos. Aos 18 anos, elas eram minha referência de beleza e me convenceram a participar do Miss Paraná (2004). Venci. Amigas da escola insistiram para eu me inscrever no “BBB”. Quando a Globo me ligou, achei que era trote.

9) Como reagiu?

Não queria ir. Minha mãe estava lavando roupa, e eu dizia: “Não vou pro BBB.” E ela gritava: “Você vai! Você tem que mudar de vida!”. A gente tinha uma porta de vidro que vivia quebrada. Queria ganhar dinheiro e reformar a casa. Nem era minha vontade, mas fui. E a vida de todo mundo mudou. (Com informações do jornal O Globo)

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