Segunda-feira, 20 de Maio de 2024

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A ausência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), no evento Democracia Inabalada, em Brasília, virou um afago a bolsonaristas e seguiu a linha de outros líderes do Centrão, que viram o evento como um ato político do presidente Lula.

Apesar do incômodo entre aliados, que cobram mais fidelidade de Lira após a entrega do Ministério do Esporte e da Caixa ao PP, o governo achou melhor relevar a falta do presidente da Câmara. Ele alegou problemas de saúde na família para não comparecer.

“O período não ajuda, todos estão de recesso e com compromissos assumidos. Vamos continuar com a mesma relação, não vejo sinal de crise com o governo”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), que está em Roma para uma audiência com o papa Francisco.

Nos bastidores, a informação é de que o gesto de Lira foi calculado. Ao não comparecer, Lira evitou chancelar o ato organizado por Lula. Mas para não deixar dúvidas de que condena os ataques golpistas, foi às redes pedir punição aos responsáveis. “A ausência do presidente da Câmara fala por si só”, afirmou o senador Carlos Portinho.

Os comandantes das Forças Armadas mantiveram a postura institucional e aplaudiram em pé o presidente Lula, como todos os presentes ao Democracia Inabalada. Sem entusiasmo nem consternação, a cúpula militar fez um pacto de silêncio: só o ministro da Defesa, José Múcio, se manifestaria sobre o ato.

O vice-presidente Geraldo Alckmin comemorou a ida dos militares. “Foi muito importante. As Forças Armadas são de Estado. Destaco essa data histórica de reafirmação da democracia brasileira”, afirmou.

Sem perdão

No evento, realizado na segunda-feira (8), Lula defendeu uma punição exemplar para quem teve qualquer participação nos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado. Em discurso, o presidente afirmou que o perdão a essas pessoas “soaria como impunidade”.

“Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas”, destacou Lula.

O evento Democracia Inabalada teve, além de Lula, a presença dos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, além de parlamentares, ministros, ex-ministros e representantes da sociedade civil. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, foi a primeira a discursar, falando em nome dos governadores do País.

Lula também observou que a tentativa de deposição da democracia, que se baseia no desrespeito ao resultado das eleições, teria consequências drásticas para a estabilidade política do País.

“Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que vidraças, móveis, obras de arte e objetos históricos teriam sido roubados ou destruídos. A vontade soberana do povo brasileiro, expressa nas urnas, teria sido roubada. E a democracia, destruída. A esta altura, o Brasil estaria mergulhado no caos econômico e social. O combate à fome e às desigualdades teria voltado à estaca zero”, afirmou.

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