Domingo, 05 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de outubro de 2025
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Leandro Safatle, afirma que laboratórios estrangeiros já sinalizaram ao Brasil que podem fornecer fomezipol, substância utilizada como antídoto contra a intoxicação por metanol, que já se aproxima dos 200 casos notificados no País. Em outra frente, Safatle também diz que a rede nacional está apta a produzir em larga escala o etanol farmacêutico, empregado com o mesmo fim.
“A gente trabalha para fornecer o antídoto para a população que precisar, tanto no caso de fomepizol quanto do etanol. A prioridade é fornecer de forma rápida. Como os casos de contaminação por metanol não eram comuns, não havia os registros de produto (no Brasil). Não tinha nem número de casos suficientes para justificar a produção de etanol e do fomepizol internamente. Como estamos tendo mais casos, estamos ajudando o Ministério da Saúde a viabilizar os antídotos no País”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
A principal medida de prevenção é evitar o consumo de bebida destilada de procedência desconhecida ou duvidosa. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas.
“O histórico de casos (de contaminação por metanol) no País é de em torno de 20 por ano. Agora, são 113 suspeitos. Trabalhamos para deixar a população tranquila no sentido de ter o antídoto necessário para o atendimento”, disse Safatle.
Sintomas
Os principais sinais de intoxicação por metanol incluem:
– Dores abdominais intensas.
– Sonolência excessiva.
– Tontura e Confusão mental.
– Dor de cabeça intensa.
Caso não haja atendimento imediato, o quadro pode evoluir para convulsões, cegueira e perda neurológica. O socorro em até 6 horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento e sequelas. Por isso, é preciso procurar imediatamente um pronto-socorro ou unidade de saúde.
Safatle respondeu qual é a resposta da Anvisa e dos órgãos estaduais e municipais frente à escalada de contaminações.
“A agência ofereceu ajuda às vigilâncias sanitárias locais que receberam casos suspeitos da contaminação por metanol. O Ministério da Agricultura e a associação dos produtores de bebidas alcoólicas estão fazendo um curso para cinco mil fiscais das vigilâncias locais para que eles possam identificar rótulos falsificados e adulterados. O papel principal é esse, de orientação. A vigilância fiscaliza o fornecimento do serviço dos bares e restaurantes. Adulteração de bebidas alcoólicas é ato criminoso, é caso de polícia, não de vigilância”, completou.