Quarta-feira, 01 de Maio de 2024

Home Saúde Aborto nos Estados Unidos: empresas lideradas por mulheres vão pagar viagem de funcionárias

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Lideradas por mulheres, empresas de capital aberto como o banco americano Citigroup, a dona do Tinder, Match Group, e o app de namoro Bumble começaram a cobrir custos de viagens para funcionárias que desejam abortar, após vários Estados, incluindo o Texas, terem implementado ou proposto uma proibição quase total dos abortos.

“Em resposta às mudanças nas leis de saúde reprodutiva em determinados estados dos EUA, a partir de 2022, forneceremos benefícios de viagens para facilitar o acesso a recursos adequados”, escreveu o Citibank, em um documento para sua assembleia de acionistas marcada para 26 de abril.

O banco é liderado por Jane Fraser, a primeira CEO do sexo feminino do Citi e primeira mulher a liderar uma grande instituição financeira dos EUA. Oito dos 15 membros do Conselho de Administração do banco são mulheres e três são minorias étnicas.

A apólice cobrirá despesas, como passagem aérea e hospedagem, com os quais as funcionárias teriam que arcar para viajar a estados onde o aborto é permitido.

A CEO da Match, Shar Dubey, disse no ano passado que estava criando um fundo para ajudar a cobrir os custos de funcionários e dependentes que precisam buscar cuidados fora do estado, incluindo o aborto. A empresa, sediada em Dallas, possui alguns dos maiores aplicativos de namoro.

Na ocasião, Dubey disse que, “como residente no Texas, estava chocada por “viver em um estado onde as leis reprodutivas das mulheres são mais regressivas do que a maior parte do mundo, incluindo a Índia”, de onde ela é.

O concorrente Bumble, comandado por Whitney Wolfe Herd, criou um fundo semelhante ao da Match.

No Texas, onde o Citi tem mais de 8.500 funcionários, o governador Greg Abbott assinou uma lei no ano passado que proibia aborto após a detecção de um batimento cardíaco fetal, o que pode ocorrer já no início da gestação, por volta de seis semanas.

De acordo com a lei, os indivíduos podem processar médicos, trabalhadores da clínica e outros que ajudam uma mulher a acabar com uma gravidez indesejada após uma determinada data. O Texas e alguns outros estados também têm procurado restringir os abortos induzidos por medicamentos.

Davia Temin, fundadora da Temin and Co., consultoria de crise com sede em Nova York e que trabalhou no Citi na década de 1980, avalia que outros bancos politicamente progressistas podem seguir os passos do gigante financeiro.

“Que bom para o Citi e que sob a administração de Jane Fraser estão realmente fazendo grandes avanços em equidade, remuneração e outros”, disse Temin.

Ele continua:

“A decisão recém-anunciada coloca suas funcionárias em primeiro lugar, sobre a disputa política do momento. Eles ouviram. Os funcionários não se esquecem disso, eles não vão esquecer isso e não devem esquecer isso.”

Desigualdade salarial

Em documento divulgado nesta semana, o Citi também revelou dados sobre contratação e salários.

O gigante bancário disse que fez alguns progressos para diminuir a diferença salarial racial nos EUA em 2021. As minorias receberam 4% a menos do que as não-minorias, uma melhoria ante os 6% de um ano antes.

Quanto à desigualdade de gênero, não houve avanço praticamente. Em uma base global, o salário médio das mulheres foi 26% menor o dos homens, uma disparidade semelhante à do ano anterior.

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