Domingo, 06 de Outubro de 2024

Home em foco Advogado de Bolsonaro diz que “Milton Ribeiro está usando o nome do presidente”

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O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, disse que foi autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) a dizer à imprensa que, ele, Bolsonaro, “não interferiu na Polícia Federal” e que o presidente não tem “nada a ver com essas gravações” que envolvem o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Nesta sexta-feira (24), foi divulgada uma conversa de Ribeiro com uma filha, dizendo que recebeu uma ligação de Jair Bolsonaro em que o presidente dizia temer ser atingido pela investigação da Polícia Federal. A ligação ocorreu em 9 de junho, antes de Ribeiro ter sido alvo da operação da PF – deflagrada em 22 de junho.

Perguntado se o presidente confirmava a ligação ao ex-ministro e se tinha falado sobre um pressentimento de busca e apreensão, Wassef respondeu:

“O que se tem por ora é : Milton Ribeiro está usando o nome do presidente de forma indevida, sem autorização. Ele que responda pelos atos dele, ele que se explique”.

Investigação

O Ministério Público Federal (MPF) pediu para a Justiça que a investigação sobre o ex-ministro da Educação seja enviada para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o MPF, a medida é necessária porque há indício de que o presidente Jair Bolsonaro pode ter interferido na investigação.

O MPF justifica o pedido com base em interceptações telefônicas de Milton Ribeiro que indicam a possibilidade de vazamento das apurações do caso. Segundo o MPF, há indícios de que houve vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Bolsonaro.

O advogado Daniel Bialski disse que ainda não havia tido acesso a todo o processo. E que, se há a citação ao foro privilegiado, a prisão de Milton Ribeiro deveria ter sido decretada pela primeira instância – e o caso ter sido remetido antes ao Supremo Tribunal Federal.

“Observando o áudio citado na decisão, causa espécie que se esteja fazendo menção a gravações/mensagens envolvendo autoridade com foro privilegiado, ocorridas antes da deflagração da operação. Se assim o era, não haveria competência do juiz de primeiro grau para analisar o pedido feito pela autoridade policial e, consequentemente, decretar a prisão preventiva”, informou a defesa de Milton Ribeiro.

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