Sábado, 27 de Julho de 2024

Home em foco Agências dos Estados Unidos dizem que podem nunca conseguir identificar origens do coronavírus

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As agências de inteligência dos EUA disseram recentemente que talvez nunca consigam identificar as origens da Covid-19, ao divulgarem uma nova versão mais detalhada de sua análise para determinar se o coronavírus partiu dos animais para a transmissão humana ou vazou de algum laboratório.

O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA (ODNI) afirmou em um relatório que uma origem natural e um vazamento de laboratório são hipóteses plausíveis de como o Sars-Cov-2 infectou humanos pela primeira vez. Mas disse que os analistas discordam sobre o que é mais provável ou se alguma avaliação definitiva pode ser feita.

O relatório também rejeitou sugestões de que o coronavírus se originou como uma arma biológica, dizendo que os proponentes dessa teoria “não têm acesso direto ao Instituto de Virologia de Wuhan” e foram acusados ​​de espalhar desinformação.

O relatório divulgado é uma atualização de uma revisão de 90 dias que o governo do presidente Joe Biden revelou em agosto, em meio a intensas disputas políticas internas sobre o quanto culpar a China pelos efeitos da pandemia global, em vez de governos que podem não ter agido com rapidez suficiente para proteger os cidadãos.

A China respondeu criticando o relatório. “Os movimentos dos EUA de confiar em seu aparato de inteligência em vez de cientistas para rastrear as origens da Covid-19 são uma farsa política completa”, disse Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, em um comunicado por email.

O ex-presidente republicano Donald Trump – que perdeu sua candidatura à reeleição quando a pandemia devastou a economia dos EUA– e muitos de seus apoiadores se referiram à Covid-19 como “vírus chinês”.

China

O governo de Pequim, por sua vez, alega “manipulação política” do vírus. O país asiático afirma que não existem evidências de que o país tenha sido epicentro inicial da pandemia, e expõe fundamentos.

A China foi o primeiro país a alertar o mundo sobre a covid-19, pois foi na cidade de Wuhan, na província de Hubei, no fim de 2019, que o vírus foi identificado por autoridades sanitárias. Na ocasião, o governo adotou rapidamente medidas fortes para conter o vírus.

Como resultado, o país de 1,4 bilhão de habitantes tem apenas 4.636 mortes registradas. Por ter sido pioneiro na adoção de políticas de isolamento social e de investigação sobre o novo vírus, a comunidade internacional, automaticamente, apontou para o gigante asiático como local da origem da covid-19.

Preconceito

Junto do pré-julgamento vieram as conspirações internacionais e a sinofobia. No Brasil, o segundo país com mais mortes pelo vírus no mundo, com mais de 600 mil vítimas, o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores bradam “vírus chinês”, enquanto apontam para discursos preconceituosos. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, país com mais mortes pelo vírus no mundo, mais de 700 mil.

O governo chinês afirma, em contraponto, que apoia iniciativas imparciais de investigação. “A China vai continuar a apoiar e participar do rastreamento científico global, mas se opõe firmemente a qualquer forma de manipulação política. Esperamos que todas as partes interessadas, incluindo o diretor da OMS e o grupo consultivo, mantenham uma atitude científica objetiva e responsável”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, em coletiva.

Inicialmente, a China foi acusada de omitir dados sobre a gravidade da doença, cobrança considerada exagerada pelo país. Isso porque o tigre asiático também enfrentava um desafio inédito e não havia como saber ao certo do que se tratava em tão pouco tempo, algo como um mês de antecedência, conforme cobrado por autoridades internacionais. A partir da diplomacia chinesa em busca de isonomia nas investigações, mais de 70 países concordaram com a ampliação de uma investigação justa.

Paciente zero

Um levantamento global do Grupo de Mídia da China (CMC) apontou que 83% dos cidadãos entrevistados defendem uma investigação imparcial sobre as origens da covid-19. Estudos evidenciam a presença do vírus em diferentes países antes da China, entre eles, Itália e Estados Unidos. Uma das suspeitas levantadas por Pequim é de que o vírus teria sido portado por norte-americanos em um evento militar realizado em meados de 2019 em Wuhan.

“Quando o paciente zero começou nos EUA? Quantas pessoas estão infectadas? Quais são os nomes dos hospitais? Pode ser que o Exército americano tenha levado a epidemia a Wuhan. Sejam transparentes, torne públicos seus dados. Os EUA nos devem uma explicação!”, disse o porta-voz Lijian.

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