Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Home Brasil Alerta em Alagoas: afundamento do solo em mina de Maceió passa de 2 metros

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O afundamento do solo na área da mina 18 da Braskem, em Maceió (AL), atingiu 2,02m de profundidade, na tarde desta quinta-feira, de acordo com último boletim divulgado pela Defesa Civil do município. Ainda segundo o órgão, a velocidade de deslocamento vertical neste momento é de 0,21cm por hora. Nas últimas 24 horas, a terra cedeu 5,2cm.

Essa é a segunda redução consecutiva. A Defesa Civil informou ainda que não é possível saber se o solo está estabilizando porque a variação entre aumento e desaceleração tem sido constante nos últimos dias. O monitoramento continua sendo feito 24 horas por dia.

A mina sob risco é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. Ela está localizada sob a lagoa Mundaú, que deve ser afetada se houver o rompimento abrupto. A empresa afirma que “as áreas de serviço em torno da mina continuam isoladas”.

A Defesa Civil afirma ainda que a situação segue em estágio de alerta por conta do risco de colapso no local, que fica bairro Mutange, em região onde ficava o estádio do clube de futebol CSA.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, informa o órgão. “A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.”

Entenda o caso

O afundamento do solo acontece em área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019 após o primeiro tremor em 2018 — no total, são 35 minas.

Maceió decretou estado de emergência na semana passada, depois que o afundamento do solo acelerou. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a capital alagoana faça um empréstimo de US$ 40 milhões.

A petroquímica nunca assumiu oficialmente a responsabilidade pelo afundamento do solo na área onde ficam as minas. Apesar disso, pagou R$ 9,2 bilhões desde 2020 como compensação financeira em decorrência de um acordo de desocupação de áreas de risco. E já foi multada 20 vezes pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

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