Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home Cinema Ancine não libera filme de Lázaro Ramos e trava estreia no País

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Premiado em festivais de cinema mundo afora, o filme “Medida Provisória”, longa com temática antirracista dirigido por Lázaro Ramos, terá sua primeira exibição no Brasil neste mês, mais de dois anos após ficar pronto.

Apesar de ter sido incluído no Festival de Cinema do Rio, para esta sessão no dia 15 de dezembro, o filme segue sem poder estrear comercialmente no Brasil, acusando travas burocráticas da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

“No entanto, também informamos que esta exibição será pontual, já que “Medida Provisória” segue impossibilitado de ter seu lançamento no Brasil apesar dos inúmeros recursos submetidos por suas produtoras e coprodutoras à Agência Nacional do Cinema (Ancine) para que ele seja liberado em circuito comercial. Explicamos ainda que questões burocráticas seguem sem retorno conclusivo da agência desde novembro de 2020 – um ano antes de sua previsão inicial de estreia, que seria realizada no último mês de novembro”, afirma a assessoria do longa em nota.

A equipe de “Medida Provisória” afirma ainda que a agência não respondeu um questionamento formal sobre as travas burocráticas, enviado em 21 de outubro e com recebimento confirmado pelo órgão, mas diz “que segue confiante na Ancine”.

“A equipe de Medida Provisória segue confiante na Ancine e espera poder anunciar, em breve, uma data de lançamento para que todos os brasileiros possam conhecer o longa que tem em seu elenco nomes como Seu Jorge, Taís Araujo, Alfred Enoch, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Mariana Xavier e Emicida, além das centenas de profissionais que trabalharam nos bastidores sempre acreditando no cinema nacional”.

Temática antirracista

Apesar de não haver nenhuma justificativa formal da Ancine a respeito do conteúdo, o filme “Medida Provisória” já foi criticado por representantes do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão da temática abordada na obra.

O filme foi baseado na peça “Namíbia, não!”, de Aldri Assunção, em que um movimento para a reparação aos negros pelo passado escravocrata brasileiro se reverte em uma medida provisória que determina o envio de cidadãos de “melanina acentuada” de volta ao continente africano.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, classificou o filme de “lacração vitimista” e disse que o longa acusa o governo Bolsonaro de pretender empreender medida semelhante. A peça “Namíbia, não”, que baseia o longa, foi encenada entre 2009 e 2011.

Outro filme com temática política que acusou a agência de “censura velada”, ao atrasar burocracias de lançamento, foi “Marighella”. Dirigida por Wagner Moura, a cinebiografia do guerrilheiro conseguiu estrear apenas em novembro deste ano, após meses de trâmites burocráticos dentro da agência.

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