Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de julho de 2022
Ao desistir de comprar o Twitter, Elon Musk frustrou um negócio que seria parcialmente financiado por um cheque de brasileiros.
A Aliya Capital Partners iria colocar US$ 360 milhões (R$ 1,9 bilhão) na transação, figurando ao lado de gigantes como as gestoras Andreessen Horowitz e Sequoia e do fundador da Oracle, Larry Ellison, como financiadores da aquisição.
Sediada em Miami, a Aliya é o braço de venture capital (investimento em startups) da Leste, plataforma global de investimento em ativos alternativos fundada pelo ex-BTG Pactual Emmanuel Hermann. Além de Hermann, a Aliya tem pelo menos mais quatro brasileiros em seu time principal.
Sócia da SpaceX – A Aliya surgiu da associação entre o americano Ross Kestin e Hermann, que plugaram a gestora no portfólio de negócios da Leste — que vai de investimentos imobiliários nos EUA a private equity no Brasil (controlam a rede de academias Bluefit, por exemplo), passando por fundos líquidos na Europa.
A Aliya se tornou uma das maiores investidoras da companhia espacial SpaceX, relacionamento que aproximou a gestora de Musk e permitiu que a Aliya entrasse como financiadora da compra do Twitter.
Segundo fonte próxima à gestora, sem o negócio, a Aliya vai procurar outras oportunidades aproveitando a ressaca da indústria de investimento em startups.
“Começam a aparecer negócios no mercado secundário (comprar a fatia de alguém que já é sócio da empresa) a preços extremamente interessantes”, disse a fonte.
Twitter x Musk
O Twitter contratou o escritório especializado em fusões Wachtell, Lipton, Rosen & Katz para processar o bilionário Elon Musk por desistir da proposta de aquisição de US$ 44 bilhões da rede social, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
A rede social pretende entrar com uma ação nos próximos dias. Já Musk contratou Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan LLP, que o defendeu contra uma alegação de difamação em 2019. O escritório está representando Musk ainda em um processo aberto por acionistas que está em andamento após a tentativa fracassada de fechar o capital da Tesla em 2018.
As empresas e o bilionário não quiserem comentar. Delaware é o lar corporativo de mais da metade das empresas de capital aberto dos EUA, incluindo o Twitter, e mais de 60% das empresas da Fortune 500. Lá, os chamados juízes de chancelaria – especialistas em direito empresarial – ouvem casos sem júri e não podem conceder danos punitivos. É uma espécie de arbitragem, no qual um acordo pode ocorrer em alguns meses.
O Tribunal de Chancelaria de Delaware normalmente desaprova os esforços para desistir de acordos de fusão. Em 2000, a Tyson Foods concordou em adquirir a rival IBP. Logo após concordar com o negócio, o mercado de carnes sofreu uma queda vertiginosa, impactando financeiramente ambas as empresas. A Tyson argumentou que recebeu informações enganosas sobre os negócios da IBP e, portanto, não era mais obrigada a concluir a fusão de US$ 3,2 bilhões.
No Ar: Pampa Na Tarde