Domingo, 06 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de julho de 2022
A China acusou os EUA de “terrorismo tecnológico” ao pressionarem para impedir que a holandesa ASML Holding NV e a japonesa Nikon Corp. vendam tecnologias essenciais para a fabricação de chips semicondutores ao país asiático, em uma de suas críticas mais fortes até agora contra Washington.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, atacou Washington depois que a Bloomberg News informou que os EUA estão fazendo lobby com aliados para impedir a venda de tecnologia para a fabricação de grande parte dos semicondutores usados no mundo, expandindo uma campanha de anos para conter a ascensão do gigante asiático. Ele não disse se a China planejava alguma medida de retaliação em resposta à medida.
“Esse é mais um exemplo da prática americana de diplomacia coercitiva ao abusar do poder do Estado e exercer hegemonia tecnológica. É o terrorismo tecnológico clássico”, disse Zhao em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira em Pequim. “Isso apenas lembrará a todos os países os riscos da dependência tecnológica dos EUA e os levará a se tornarem independentes e autossuficientes em um ritmo mais rápido.”
A restrição proposta ampliaria uma moratória existente sobre a venda dos sistemas mais avançados para a China, na tentativa de frustrar os planos do país de se tornar líder mundial na produção de semicondutores. Se a Holanda concordar, ampliaria significativamente a gama e a classe de equipamentos de fabricação de chips agora proibidos de ir para Pequim, potencialmente causando um sério golpe aos fabricantes chineses, da Semiconductor Manufacturing International Corp. à Hua Hong Semiconductor Ltd.
Autoridades americanas estão pressionando seus colegas holandeses para impedir a ASML de vender alguns de seus sistemas mais antigos de litografia ultravioleta profunda, ou DUV (na sigla em inglês), disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Essas máquinas estão uma geração atrás da tecnologia de ponta, mas ainda são o método mais comum usado para fabricar certos semicondutores menos sofisticados, como os exigidos por carros, telefones, computadores e até robôs.
Washington também está tentando exercer pressão sobre o Japão para que pare de enviar a mesma tecnologia para os fabricantes de chips chineses, disse uma das pessoas. A japonesa Nikon compete com a ASML na área.
“Os fabricantes de chips chineses acumulam equipamentos de segunda mão desde a era Trump”, comentou Amir Anvarzadeh, da Asymmetric Advisors.
Ainda segundo ele, proibir as ferramentas mais avançadas “claramente não foi suficiente para impedir o avanço da China em semicondutores, especialmente porque muitos dos chips usados para fins de defesa estão usando geometrias muito menos avançadas”.
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