Quarta-feira, 09 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de julho de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nessa terça-feira (8) o inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, que pediu mais prazo para concluir as investigações. Com isso, o inquérito foi prorrogado por 60 dias.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes […], prorrogo a presente investigação”, escreveu Moraes, na decisão.
A abertura do inquérito foi determinada após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo. De acordo com os procuradores, Eduardo Bolsonaro teria atuado no EUA contra autoridades brasileiras.
Na solicitação, a PGR citou postagens em redes sociais e entrevistas do parlamentar e afirmou que o deputado está tentando fazer com que o governo de Donald Trump imponha sanções a integrantes do STF.
O inquérito foi aberto para apurar se Eduardo cometeu os seguintes crimes, apontados pela PGR:
* coação no curso do processo;
* obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa;
* abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As ações, segundo o órgão, também teriam como objetivo interferir nos processos que envolvem Jair Bolsonaro.
Depoimento
Em 5 de junho, o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, prestou depoimento à PF no âmbito do inquérito.
Ele foi convocado a prestar esclarecimentos porque a PGR vê indícios de que o ex-presidente tenha sido beneficiado diretamente pelas ações do filho em território norte-americano.
Após o depoimento, o ex-presidente afirmou que enviou “bastante dinheiro legal”, R$ 2 milhões, para custear a estadia do filho nos EUA. Segundo Bolsonaro, o dinheiro foi enviado para que o filho não passe “necessidade” em solo norte-americano.
A jornalistas, Bolsonaro disse que não existe “trabalho” ou “lobby” de Eduardo nos Estados Unidos para tentar “sancionar quem quer que seja no Brasil”.
Ainda sobre a presença do filho nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que tem “orgulho” do que Eduardo tem feito.
A atuação do deputado licenciado, na avaliação do ex-presidente, tem a ver com defesa da democracia, e não com a coação de autoridades. Bolsonaro reconheceu que tem financiado a estadia do filho nos EUA.
Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais na segunda-feira (7) para publicar um post em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na Truth Social, o republicano escreveu que Bolsonaro é alvo de perseguição.
O Palácio do Planalto respondeu ao recado de Trump, em nota. Lula também se manifestou após a publicação do americano e, sem citá-lo diretamente, afirmou que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”.
Trump disse que o Brasil está fazendo “algo terrível” no tratamento dado ao ex-presidente, que é réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições para Lula em 2022.
Sem mencionar diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, Trump disse que vai acompanhar de perto o que acontece no Brasil e que o ex-presidente “não é culpado de nada”.
Bolsonaro agradeceu o “ilustre presidente e amigo” e disse que Trump passou por “algo semelhante”, tendo sido “implacavelmente perseguido”. Apesar disso, Trump conseguiu ser eleito presidente dos EUA pela segunda vez.
Eduardo Bolsonaro também reagiu à publicação nas redes sociais, mas disse que “não pode dar mais detalhes” sobre a manifestação do líder norte-americano.
“O que posso dizer é que esta não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo. Aproveito para agradecer a todos que se empenham nesta batalha” escreveu Eduardo, que se licenciou do mandato e está morando nos Estados Unidos.
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