Domingo, 06 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de novembro de 2022
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que o PT não tinha outro nome capaz de disputar a presidência da Câmara contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), que tentará a reeleição.
Na terça-feira (29), a federação que reúne PT, PV e PCdoB anunciou que irá apoiar a recondução de Lira à principal cadeira da Câmara. Juntas, as três bancadas terão 80 deputados a partir de fevereiro de 2023 – PT (68), PV (6) e PCdoB (6).
“A decisão se dá dentro de um quadro de correlação de forças. Nós não tínhamos hoje outra pessoa em condições de fazer a disputa pela presidência da Câmara. O PT não colocaria nome e não tinha um outro partido que tivesse uma liderança e que disputaria a Câmara”, contou Gleisi.
A presidente do PT disse também que, ao apoiar Lira, a federação que o partido integra optou pelo pragmatismo e evitou o “isolamento” na Câmara.
“Não é o momento de nós estarmos isolados, ter um apoio ao presidente Lira, já que outros partidos também apoiaram, mas ao mesmo tempo também se propor a construir um bloco de apoio ao governo, para fazer as articulações dentro da Casa”, afirmou.
Sem dar detalhes, a deputada disse ainda que o PT e os partidos aliados a Lula terão com Lira uma “relação diferente” da que o deputado tinha com o governo Jair Bolsonaro (PL).
“Uma relação de respeito, vamos apoiá-lo, queremos ter um bloco, claro, de governo na Câmara, e ter uma relação com ele de conversa e articulação. Acho que foi isso que levou a maioria da bancada e nós avaliarmos que seria ele a pessoa como candidato à reeleição na Câmara”, concluiu.
PEC da transição
O anúncio de apoio a Lira pela federação capitaneada pelo PT se dá em um momento em que os aliados de Lula articulam a aprovação da chamada PEC da Transição.
O texto foi apresentado no início da semana e começou a tramitar oficialmente no Senado nesta terça (29), quando recebeu as 27 assinaturas exigidas pelo regimento. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa deve se reunir na próxima semana para votar o texto, que depois seguirá para o plenário.
A PEC em discussão retira quase R$ 200 bilhões em despesas públicas, nos próximos anos, da regra do teto de gastos – que impede o crescimento do gasto federal. Serão R$ 175 bilhões para custear o Bolsa Família de R$ 600 mensais, com R$ 150 adicionais por criança de até 6 anos, e até R$ 23 bilhões em investimentos federais por ano custeados pelo excesso de arrecadação do ano anterior.
A equipe de Lula quer o apoio de Lira, principal liderança do Centrão, para aprovar a PEC da Transição nas próximas semanas na Câmara. A Casa receberá o texto após a análise do Senado.
O próprio presidente eleito entrou em campo para conquistar apoio para a PEC. Nesta quarta, ele tratou do tema em reuniões com Lira e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No Ar: Pampa Na Madrugada