Terça-feira, 14 de Outubro de 2025

Home Mundo Autoridades americanas ainda não sabem qual era exatamente o objetivo do balão-espião derrubado pelos Estados Unidos

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As autoridades dos Estados Unidos ainda não sabem exatamente quais as áreas e informações estavam na mira do satélite da China derrubado sobre trecho do Oceano Atlântico próximo ao território norte-americano, na semana passada. Mas a convicção de que o equipamento era utilizado para fins de espionagem tem sido reforçada pela análise dos destroços e de informações oriundas de fontes variadas.

De acordo com o Departamento de Estado em Washington, o dispositivo era capaz de coletar sinais de comunicação e fazia parte de uma frota de vigilância dirigida por militares do gigante asiático. Fontes ligadas ao Pentágono também já obtiveram uma espécie de “itinerário” recente, apontando que o balão sobrevoou mais de 40 países nos cinco continentes.

Os norte-americanos recorreram a imagens de alta resolução de dados de aviões de vigilância para montar um quadro inicial. Por meio de anúncio por escrito, o Departamento acrescentou que o equipamento “serviam claramente para vigilância de inteligência e inconsistente com o equipamento a bordo de balões meteorológicos”.

Outra informação é de que o equipamento dispunha de várias antenas, em um arranjo “capaz de coletar e geolocalizar sistemas de comunicação”. Além disso, contava com painéis solares grandes o suficiente para produzir energia necessária à operação de diversos sensores ativos de coleta de inteligência.

“O governo dos Estados Unidos está confiante de que a empresa responsável pela fabricação do balão mentém relações comerciais diretas com o Exército da China”, acrescentou o Departamento de Estado, citando um portal oficial de compras das Forças Armadas do gigante asiático – o nome da fornecedora não foi detalhado.

“Também examinaremos esforços mais amplos para expor e abordar as atividades de vigilância da China que representam ameaça à nossa segurança nacional e aos nossos aliados e parceiros”, advertiu o órgão norte-americano.

O Departamento disse que a fabricante tem vários tipos de balões em seu site e postou vídeos de voos anteriores que aparentemente sobrevoaram o espaço aéreo norte-americano e e de outros países. Os vídeos mostram padrões de voo semelhantes, revela uma fonte ligada à investigação.

Questionamentos

Quando o Pentágono anunciou a descoberta do balão pairando sobre o Estado de Montana (na fronteira com o Canadá), o Ministério das Relações Exteriores da China alegou se tratar de objeto civil usado para pesquisas meteorológicas e que “lamentavelmente, desviou-se de seu curso”. A mesma versão dá conta de que um segundo balão, à deriva sobre a América Latina, foi igualmente utilizado com tal finalidade.

A presença do balão nos Estados Unidos na semana passada desencadeou uma crise diplomática e levou o secretário de Estado, Antony Blinken, a cancelar uma viagem de fim de semana a Pequim, onde esperava se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping. O representante americano chegou a classificar o incidente de “violação de soberania e ato irresponsável”.

Quando um avião militar norte-americano derrubou o balão, no dia 3, o governo chinês disse que os Estados Unidos “reagiram de forma exagerada e violaram a convenção internacional, portanto a China tem o direito de responder de igual maneira”. Também reclamou que o balão pertence à China e que, portanto, não deveria ser retido.

O governo dos EUA diz ter descoberto casos de pelo menos cinco balões espiões chineses em território americano — dois durante o governo de Joe Biden e três durante o governo de Donald Trump (2017-2020), que na época classificou os fatos como “fenômenos aéreos não identificados”.

Foi somente depois de 2020 que as autoridades examinaram de perto os incidentes com balões sob uma revisão mais ampla dos fenômenos aéreos e determinaram que eles faziam parte do esforço global chinês de vigilância por meio de balões.

Mergulhadores da Marinha dos EUA retiraram destroços do balão caído das águas rasas da costa da Carolina do Sul. Investigadores do Pentágono, F.B.I. e outras agências de inteligência estão examinando as peças para ver se os militares chineses ou empresas ligadas a eles estão usando tecnologia de empresas americanas ou de outras empresas ocidentais, disseram autoridades dos EUA.

A descoberta de tal tecnologia pode estimular o governo Biden a tomar medidas mais duras para garantir que as empresas não exportem para a China tecnologia que possa ser usada pelas Forças Armadas e agências de segurança do país.

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