Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025

Home Economia Banco Central cria teto de R$ 15 mil para PIX após ataques do crime organizado

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O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) um conjunto de medidas para aumentar a segurança do sistema financeiro nacional, em resposta a ataques de hackers que atingiram instituições financeiras nas últimas semanas. As novas regras foram aprovadas pela diretoria da autarquia e têm como objetivo reduzir vulnerabilidades, impor controles mais rígidos e assegurar maior proteção tanto para os bancos tradicionais quanto para as chamadas fintechs.

Segundo a instituição, um dos principais pontos é a limitação de transferências financeiras realizadas por empresas que não possuem autorização formal para atuar como instituições de pagamento. A intenção é dificultar que organizações sem o devido credenciamento possam ser usadas como canal para movimentação ilícita de recursos, prática que tem sido observada em esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes digitais. Ao restringir esse tipo de operação, o BC busca aumentar o rastreamento de transações e reduzir os riscos de utilização do sistema por criminosos.

Outra mudança significativa é a obrigatoriedade de aprovação prévia pelo Banco Central para a entrada de novas instituições no mercado. Até então, parte das empresas conseguia se estabelecer de forma mais rápida e com exigências menos rígidas, o que, segundo especialistas, poderia abrir brechas para a atuação de grupos mal-intencionados. A partir de agora, o processo de autorização contará com regras mais severas e detalhadas, exigindo comprovação de capacidade técnica, de estrutura operacional e de mecanismos de segurança digital adequados.

Além disso, passa a ser requisito a apresentação de certificação técnica para que uma instituição possa operar plenamente no sistema financeiro. Essa exigência envolve tanto os processos internos de tecnologia da informação quanto os mecanismos de proteção contra ataques cibernéticos. O Banco Central avalia que a certificação é um instrumento essencial para elevar o nível de confiança no setor, uma vez que obriga empresas de diferentes portes a adotar padrões reconhecidos de segurança.

Durante entrevista coletiva, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os ataques recentes não foram realizados por grupos isolados de hackers, mas sim pelo crime organizado. De acordo com ele, a sofisticação das invasões e a forma como os dados foram utilizados demonstram uma atuação articulada, voltada para atingir instituições de grande porte e explorar fragilidades de empresas emergentes. Galípolo frisou que o cenário exige respostas rápidas e coordenadas para impedir que episódios semelhantes se repitam.

O presidente destacou ainda que tanto as fintechs quanto os bancos tradicionais — inclusive aqueles de maior porte, com sede na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo — foram vítimas dessas ações criminosas. Para ele, não há distinção no tipo de alvo: todos os atores do sistema financeiro estão expostos a riscos de ataques cibernéticos e precisam adotar mecanismos mais rigorosos de proteção.

A avaliação dentro do Banco Central é que, diante do avanço tecnológico e da crescente digitalização dos serviços financeiros, torna-se inevitável ampliar os cuidados com segurança digital. O aumento da popularidade das carteiras virtuais, dos bancos digitais e das transações instantâneas, como o Pix, trouxe agilidade e inclusão financeira, mas também abriu novas portas para fraudes sofisticadas. Nesse contexto, o órgão regulador entende que reforçar barreiras, exigir certificações e impor limites a transações suspeitas são medidas fundamentais para garantir a solidez do sistema.

As novas determinações entram em vigor de forma escalonada nos próximos meses e serão acompanhadas por fiscalizações periódicas. O Banco Central informou que continuará monitorando o ambiente digital e não descarta adotar medidas adicionais caso as ameaças se intensifiquem.

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