Domingo, 23 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de novembro de 2023
O Banco Central (BC) decidiu na última quarta-feira (1º) fazer um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.
“Os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado.
“A decisão e o comunicado do Copom vieram em linha com nossas expectativas. Com poucas novidades no texto, o BC reforçou a percepção de uma atividade que lentamente desacelera e a noção de um processo cada vez mais consolidado de desinflação, ainda que as medidas de inflação subjacente sigam pressionadas”, aponta Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, sobre a reunião.
O Copom também voltou a falar sobre a importância de perseguir as metas fiscais, sem entrar na discussão recente sobre a possibilidade de mudança da meta estabelecida pelo governo. “A principal novidade foi a ênfase dada para a abertura da curva nos EUA, que é entendida por nós como um dos grandes desafios para a continuidade do processo de corte de juros no ano que vem. Essas pequenas mudanças, entretanto, não mudam nosso panorama para o restante do ano, e acreditamos que o BC deve dar prosseguimento ao relaxamento monetário no ritmo imposto até aqui, de 50 pontos-base por reunião”, complementa.
Segundo especialistas, a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central dentro do esperado abriu espaço para a continuidade da queda das taxas dos DIs nesta sexta-feira (3). Isso considerando ainda o movimento na curva dos Treasuries depois da decisão de política monetária do Federal Reserve (o banco central americano) de quarta mais cedo. Os juros futuros e o dólar tiveram forte queda, enquanto o Ibovespa subiu 1,69% após a decisão do Fomc e antes do Copom.
Contudo, vale ressaltar que o movimento pode se estender desde que não surjam dados que alterem o cenário global.
“Dado o movimento dos rendimentos dos Treasuries após o Fed, talvez os (juros dos) DIs não tenham caído tudo o que tinham para cair no Brasil”, pontuou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano. “Se não houver nenhuma surpresa com os dados de auxílio-desemprego nos EUA e na abertura dos negócios na sexta, com o payroll, esperaria uma nova baixa das taxas futuras.”
Na quarta, as taxas dos contratos futuros de juros já tiveram perdas firmes no Brasil, na esteira do recuo dos rendimentos dos Treasuries. O movimento ocorreu em parte após o Federal Reserve manter sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e, ao mesmo tempo, destacar as condições financeiras mais restritivas enfrentadas pelas empresas e pelas famílias — o que está em sintonia com a leitura de que o avanço dos yields pode já estar atuando para controlar a inflação no EUA, dispensando novas elevações de juros.
“Vimos um fechamento importante do juro americano de 10 anos nesta quarta-feira, de quase 20 pontos-base. Se somarmos este comunicado do Copom com o cenário internacional, que se apresentou de modo mais benigno, há espaço para a curva brasileira fechar”, comentou Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
No entanto, Victal também pondera que a sexta-feira será marcada pela divulgação do relatório de empregos payroll nos EUA.
“Como o BC deu um peso grande para o cenário internacional no comunicado, então o mercado também estará atento ao payroll.”
No mercado de câmbio, de acordo com Serrano, a reação do dólar ao comunicado do Copom tende a ser menor, ainda que as cotações também permaneçam sintonizadas ao que acontece no cenário externo.
No Ar: Pampa News