Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Bolsonaro participa de festa de aniversário em Brasília

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O presidente Jair Bolsonaro participou, no sábado (5), de uma festa de aniversário no Lago Sul, em Brasília. O evento contou com a presença do deputado federal Eduardo (PSL-SP), filho do mandatário, e de membros do governo, como o presidente dos Correios, o general Floriano Peixoto Vieira Neto.

Antes do aniversário, Bolsonaro fez uma visita à casa do ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto. O militar tenta se cacifar para ser vice-presidente na chapa que tentará a reeleição neste ano.

Após deixar a casa do ministro, Bolsonaro seguiu para o Lago Sul, bairro nobre da capital federal. A festa era em comemoração ao aniversário do ex-vereador Nelson Santini Neto, mais conhecido como Tenente Santini.

Bolsonaro foi aclamado sobre os gritos de “mito” após cantarem parabéns ao aniversariante. Também estavam presentes o sobrinho de Bolsonaro Léo Índio, Heloísa Bolsonaro, mulher de Eduardo, e Fernanda Bolsonaro, esposa do senador Flávio (PL-RJ). Pelas redes sociais, as duas compartilharam vídeos cantando no karaokê da festa.

Logo após o parabéns, Bolsonaro deixou a festa seguiu para o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.

Limite

Ao documentar estratégias para a ascensão de governos populistas em todo o mundo, o cientista político Giuliano Da Empoli tem acompanhado os desdobramentos da gestão do presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Em 2019, Bolsonaro terminava o seu primeiro ano de mandato com reprovação de 36% dos brasileiros, segundo o Datafolha, quando o pesquisador franco-italiano publicou no País, pela editora Vestígio, “Os engenheiros do caos”.

No livro, ele faz uma análise sobre como as fake news, teorias da conspiração e os algoritmos das plataformas digitais compõem uma engenharia que permitiu a eleição de nomes como Bolsonaro e do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Hoje, o cenário é bem diferente: Bolsonaro é rejeitado por mais da metade da população, enquanto se prepara para disputar a reeleição.

Em uma entrevista ao jornal O Globo, o cientista político vê na impopularidade do presidente brasileiro o esgotamento do discurso anti-establishment durante a crise da Covid-19, alerta para a sofisticação na segmentação da propaganda política nas redes, e ressalta que é preciso transparência sobre como funcionam as plataformas.

Confira alguns trechos:

1) Recentemente, vimos o apoio a líderes populistas cair após ocuparem cargos públicos. Trump não foi reeleito nos EUA. Bolsonaro enfrenta alta rejeição. Por que esses governos têm dificuldade em permanecer no poder?

Uma vez que esses líderes baseiam sua popularidade em uma rejeição ao establishment, é mais difícil manter sua popularidade quando estão no poder. Para superar esse problema, alguns deles, incluindo Trump e Bolsonaro, tentaram manter a chama acesa, adotando um estilo subversivo de governo, focando em inimigos como o Deep State (estrutura global de poder que seria responsável pelas decisões econômicas, segundo a teoria conspiratória QAnon) ou o Poder Judiciário. Por um tempo, essa estratégia foi bem-sucedida, mas a Covid-19 pôs um fim nisso. Quando a pandemia surgiu, o instinto subversivo de Trump e Bolsonaro os pressionou a lutar contra o establishment médico e científico, e o desastre absoluto que se seguiu foi demais até mesmo para muitos de seus apoiadores.

2) Bolsonaro enfrentará uma eleição após quatro anos como presidente do Brasil. É possível ser presidente e e ainda assim mobilizar o discurso anti-establishment?

Com a Covid, a lógica da estratégia anti-establishment chegou ao seu limite, e pode ser difícil para Bolsonaro fazer uma retomada até outubro. Na Itália, porém, tivemos alguém como Berlusconi (ex-primeiro-ministro), que foi capaz de perder duas eleições nacionais e voltar tantas vezes, porque, mesmo que ele tenha sido o líder que passou mais tempo no poder entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010, conseguiu transmitir a impressão de que estava lutando contra o establishment e a “velha classe política”. A mesma coisa pode acontecer ao Trump. Então, quem sabe o que vai acontecer com Bolsonaro a longo prazo.

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