Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home em foco Bolsonaro prega união de civis e militares contra “marginais em gabinetes”

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O presidente Jair Bolsonaro pregou, durante discurso em formatura de oficiais da Polícia Militar de São Paulo na sexta-feira (13), que militares e policiais se unam contra o que chamou de “marginais em gabinetes com ar-condicionado que visam a roubar a nossa liberdade”.

Sem especificar a quem se referia, ele afirmou que “burocratas” querem “roubar a nossa liberdade de expressão”, e que tanto as Forças Armadas quanto as forças auxiliares devem evitar que isso aconteça.

“Muitas vezes o nosso inimigo não está nas vielas, no topo de um morro, ou nas ruas perdido por aí armado. Muitas vezes o nosso inimigo está dentro de um gabinete, com ar-condicionado, e ali, um burocrata que inferniza a vida de vocês após o cumprimento de uma missão”, disse ele.

A declaração foi feita após ele defender a alteração do excludente de ilicitude, instrumento já existente no Código Penal, a fim de abrandar punições contra excessos de profissionais de segurança pública. Ele afirmou que policiais não deveriam esperar a visita de um oficial de Justiça em suas casas após o “cumprimento de sua missão”.

“Os marginais do passado hoje usam de outras armas, também em gabinetes com ar-condicionado, visando roubar a nossa liberdade. E começam roubando a nossa liberdade de expressão, fustigando as pessoas de bem, fazendo com que elas desistam do seu propósito. Nós, Forças Armadas, nós, forças auxiliares, não deixaremos que isso aconteça. Nós defendemos a nossa Constituição, a nossa democracia e a nossa liberdade. Esse exército de pessoas de bem, civis e militares, deve se unir para evitar que roubem a nossa liberdade”, declarou Bolsonaro.

Após participar da formatura na Academia do Barro Branco, na capital paulista, Bolsonaro foi a Campos do Jordão (SP), onde discursou na 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, no início da noite.

Afronta

O discurso de Bolsonaro vem na esteira de uma crise entre seu governo e a Justiça. Na noite da quinta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou ser “inimaginável” ter que defender o Poder Judiciário de “ataques absolutamente sem fundamento”, mas sem citar o nome do presidente da República.

Pacheco tem feito cada vez mais falas incisivas desde a última crise entre Poderes, cujo estopim foi o indulto presidencial concedido por Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar bolsonarista recebeu o perdão do mandatário menos de 24 horas depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por incitar a violência contra ministros da Corte.

Poucos dias depois do caso, Bolsonaro também participou de atos cujas pautas defendiam o fechamento do Supremo e intervenção militar — manifestações que foram chamadas por Pacheco de “anomalias graves”.

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