Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025

Home Saúde Brasil não atinge meta da Organização Mundial da Saúde para reduzir casos de tuberculose

Compartilhe esta notícia:

Muitas vezes lembrada como uma doença letal no passado, a tuberculose segue sendo fatal. Com 85 mil casos registrados no ano passado, além de 6 mil mortes, é uma doenças infecciosas que mais mata no Brasil.

Lançada em maio de 2014, Estratégia Fim da Tuberculose da Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê acabar com a doença até 2035. Para 2025, a meta era reduzir 50% da incidência e 75% da mortalidade. O Brasil, porém, registrou uma tendência contrária e viu a incidência da infecção aumentar desde 2015.

Em 2023, o País registrou 39,8 casos de tuberculose por 100 mil habitantes, muito acima da meta da OMS, que é de 6,7 casos por 100 mil. Um estudo da Fiocruz Bahia publicado em janeiro deste ano, prevê o aumento nesta taxa até 2030, podendo chegar a 42,1 por 100 mil habitantes.

O avanço é especialmente grave no Estado do Rio de Janeiro. Em 2024, houve ali a segunda maior incidência de tuberculose no País, com 75,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2024, foram 18 mil registros, maior número absoluto no país.

“Aglomerações e favelização aumentam o número de casos. No Rio de Janeiro, houve um cenário econômico muito negativo nos últimos anos, com um aumento da pobreza da população. Além disso, há muitas pessoas privadas de liberdade, com vários sistemas prisionais”, afirma Christina Pinho, professora da faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A relação deste cenário com as prisões foi exposta no estudo “O encarceramento em massa como fator determinante da epidemia de tuberculose na América Latina e os efeitos projetados de políticas alternativas”, publicado em 2024. Embora a incidência global da doença tenha diminuído 8,7% desde 2015, na América Latina aumentou 19%.

“A tuberculose é frequentemente subdiagnosticada nas prisões, enquanto muitas pessoas são expostas à infecção na prisão, mas só desenvolvem a doença meses ou anos após a soltura”, explica a autora Yiran Liu, pós-doutoranda e pesquisadora associada na Universidade de Yale. O estudo revelou que, na América do Sul, a prevalência de tuberculose entre presos é 26 vezes maior que na população geral.

“As prisões são ambientes de alto risco para tuberculose em todo o mundo, mas a América Latina é um caso único, pois as taxas na população em geral são relativamente baixas em comparação com locais como o Sudeste Asiático”, aponta Liu.

“Em vários países, descobrimos que o encarceramento era, na verdade, o principal fator de disseminação, mais importante do que fatores de risco como o consumo de álcool, o HIV ou a desnutrição”, pontua.

O coautor do estudo e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Júlio Croda destaca que, no caso do Brasil, 37% das infecções estão ligadas a pessoas atrás das grades, ainda que não diretamente aos presos. Segundo ele, as taxas no país dispararam desproporcionalmente com a quantidade de vagas ofertadas no sistema prisional, superlotado em muitas situações. Entre 1990 e 2019, o número de presos no país passou de 90 mil para 755 mil.

Transmissão e tratamento

A transmissão da tuberculose acontece pelo ar, quando a pessoa infectada lança os bacilos de Koch no ambiente, através da tosse, espirro ou fala, ficando suspenso no ar e podendo ser inalado por outras pessoas, podendo resultar na doença.

O bacilo de Koch pode permanecer no ar durante muitas horas, especialmente se for um ambiente fechado, pouco ventilado ou com pouca circulação de ar, como um quarto fechado.

Apenas a tuberculose pulmonar é transmissível, isso porque é necessário que as partículas contendo a bactéria fiquem suspensas no ar.

A forma mais importante e eficaz de prevenir a infecção por tuberculose é através da vacina BCG, realizada ainda no primeiro mês de vida.

Apesar desta vacina não impedir a contaminação pelo bacilo de Koch, é capaz de impedir as formas graves da doença, como a tuberculose miliar ou meníngea, por exemplo.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Saúde

Inter celebra aumento de receitas com a Liga Forte Futebol
Caixa alerta para golpes envolvendo a Mega da Virada
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Pampa News