Domingo, 13 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de abril de 2023
A Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira (25), por 238 votos a 192, um requerimento de urgência do projeto que institui medidas para o combate à desinformação nas redes sociais e prevê a punição de plataformas. O instrumento acelera a tramitação do texto ao fazer com que ele pule as etapas das comissões.
A previsão é que o plenário da Câmara vote o projeto na próxima terça-feira (2). Caso seja aprovado pelos deputados, o texto precisará passar por uma nova votação no Senado, que dará a palavra final sobre o texto.
Principais pontos
Entre os principais pontos previstos estão a responsabilização das plataformas por conteúdo ilegal disseminado em seus meios, a determinação de que relatórios de transparência sejam divulgados semestralmente e a criação de um entidade autônoma para fiscalizar o cumprimento das determinações.
O PL também estabelece o “dever de cuidado”, que determina que as plataformas, antes mesmo de serem notificadas, fiscalizem os conteúdos veiculados em suas redes para impedir propagação de conteúdo ilegal.
O relator do projeto discursou no plenário e disse que discutiu o tema com diversos setores e ouviu sugestões. De acordo com Orlando, aprovar a urgência “vai permitir que a Câmara dos Deputados conclua um processo de três anos de debates”.
“Esse projeto veio do Senado, tramitou rapidamente lá, e foi objeto de uma série de eventos, seminários internacionais, dezenas de audiências públicas, centenas de reuniões bilaterais, onde a sociedade brasileira, especialistas, as empresas vinculadas ao tema, o governo anterior, o governo atual, todos tiveram a oportunidade de apresentar suas sugestões”, declarou.
O deputado do PCdoB citou o fato de que a contestação de conteúdos pode ser feita pelo usuário e disse que isso fortalece a liberdade de expressão:
“É muito importante termos uma regra para garantir a liberdade de expressão de todos, todos na internet. A liberdade de expressão está fortalecida em um processo em que o próprio usuário pode contestar quando se sentir prejudicado.”
Orlando disse ainda que há a necessidade de que as plataformas sejam responsabilizadas e que sejam mais transparentes em relação ao seu conteúdo:
“É necessário mudar o regime de responsabilidade dessas plataformas e ter mais transparência para que a sociedade saiba como ela funciona. Tudo isso para fortalecer a democracia.”
Um acordo para votar a urgência e o mérito foi construído na tarde de hoje durante uma reunião do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com líderes partidários. Deputados do PL, que são contrários ao texto, fizeram sugestões, e o relator deve avaliar mudanças no texto. Um dos pedidos da oposição já acatado por Silva foi a retirada do termo “violência de gênero” do projeto.
Após a aprovação, parte dos parlamentares comemoraram nas redes sociais o avanço do projeto. O líder do PSOL na Câmara, Guilherme Boulos, avalia que o texto será aprovado na próxima semana.
“Acabamos de aprovar a urgência do PL das Fake News na Câmara! Semana que vem vamos votar e aprovar a lei. Basta de mentiras e difusão do ódio pelas redes!”, declarou o deputado.
Da mesma forma, o deputado Alencar Santana disse que “só é contra o PL das Fake News quem quer continuar espalhando ódio, mentiras e violência”.
“Nem a onda de ataque às escolas faz essa gente desistir de trabalhar com o ódio. Aliás, mentem ao dizer que o projeto vai promover censura”, afirmou.
Na hora da sessão, deputados do PL se recusaram a apoiar o texto e gritaram palavras de ordem no plenário. Em reação, Lira disse que os parlamentares estavam promovendo “balbúrdia”.
“Esse assunto não é de brincadeira, é um assunto sério, perdemos três horas discutindo com todos os líderes ponto a ponto as matérias. Teve acordo no colégio de líderes para votar a urgência”, disse o presidente da Câmara.
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