Sexta-feira, 04 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de abril de 2023
A Polícia Federal (PF) prendeu, nessa terça feira (25), 14 pessoas acusadas de de integrarem uma organização criminosa especializada em fraudar benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e falsificar documentos. A PF chamou a operação de Metamorfose.
De acordo com as investigações, a quadrilha chegou a provocar um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões à Previdência Social, mas o valor total pode ser maior, ultrapassando R$ 12 milhões, considerando o prazo de duração restante dos benefícios ilegais.
Para realizar a fraude, o grupo, que era formado por advogados, fazia os requerimentos de benefícios previdenciários em nome de pessoas fictícias e também a reativação de benefícios que têm como titulares pessoas falecidas. Para isso, a quadrilha anexava junto aos processos documentações falsificadas.
De acordo com as investigações, os criminosos desenvolveram a habilidade de se passar por procuradores e faziam requerimentos na condição de representantes legais desses beneficiários que não eram reais. Também usavam identidades falsas para se apresentarem ao INSS nessa condição de procurador.
Uma vez concedido o benefício, os integrantes da quadrilha realizavam a abertura de contas em agências bancárias para o depósito dos pagamentos e retiravam o cartão magnético para saques futuros.
Na operação, policiais federais cumpriram 19 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói (RJ), Nova Iguaçu (RJ) e Nilópolis (RJ).
Os criminosos responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos. Se somadas, as penas podem chegar a 31 anos e 8 meses de reclusão.
Outro esquema
Reportagem da GloboNews nessa terça revelou um outro esquema de fraudes no INSS, descoberto por funcionários do próprio órgão, que pode ter resultado no desvio de R$ 1 bilhão. Segundo a apuração interna, criminosos identificaram falhas no sistema de dados do INSS e conseguiram fazer acesso remoto do servidor, usando um login e senha como o de um servidor.
Os cibercriminosos tinham como alvo benefícios concedidos antes de 2010, quando o sistema não exigia que o pagamento fosse feito em uma conta corrente vinculada ao mesmo nome do titular do aposentado ou pensionista. Com o acesso ao sistema do INSS, os golpistas trocavam a conta corrente cadastrada e passavam a receber o benefício no lugar do segurado.
Eles também criaram benefícios usando nomes de pessoas que não haviam solicitado e só descobriram isso ao fazerem seus pedidos. Nessa modalidade, os fraudadores registravam no sistema que o segurado tinha algum tipo de invalidez que demandava a atuação de um curador, uma espécie de procurador que poderia sacar os benefícios. O INSS identificou ao menos 22 mil pagamentos irregulares entre janeiro e agosto.
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