Domingo, 25 de Maio de 2025

Home em foco Câmara dos Estados Unidos acusa o brasileiro George Santos, que é deputado lá, de “agir abaixo da dignidade do cargo”

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Filho de brasileiros, o deputado republicano George Santos disse que não vai tentar a reeleição, depois do relatório contundente do Comitê de Ética da Câmara dos Estados Unidos atestar que ele “não é digno de seu cargo”. A investigação aponta que o parlamentar usou dinheiro de campanha para gastos pessoais, incluindo pagamentos na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans.

“A conduta de Santos merece condenação pública, não está à altura da dignidade do cargo e levou a Câmara dos Representantes a um sério descrédito”, diz o Comitê de Ética.

O relatório, de 56 páginas, detalha que, por meio de uma empresa de fachada, o congressista recebeu pelo menos US$ 200 mil para a campanha. Com o dinheiro depositado em sua conta, Santos pagou cartões de crédito, fez compras em lojas de artigos de luxo e depósitos no OnlyFans, entre outros gastos pessoais.

Santos “roubou descaradamente a sua campanha” e “procurou explorar fraudulentamente todos os aspectos da sua candidatura à Câmara para obter lucro financeiro pessoal”, concluiu o relatório do painel.

Nesta semana, Santos recebeu em seu gabinete uma comitiva formada por parlamentares da oposição de direita do Brasil, liderada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com quem mantém laços estreitos.

Ainda de acordo com as investigações, George Santos teria levado a equipe a apresentar declarações falsas ou incompletas para a Comissão Eleitoral Federal, que regulamenta o financiamento de campanhas. O Comitê de Ética, que investiga Santos desde março, não pede o impeachment do deputado, mas afirma que as evidências de violação da lei serão entregues ao Departamento de Justiça para que “tome as medidas que julgar apropriadas”.

“A maioria de nós nunca viu nada parecido com isso, tão extenso, tão descarado e tão ousado”, disse o deputado Glenn Ivey, democrata de Maryland, que faz parte da Comissão de Ética.

Ivey, um ex-promotor federal, disse acreditar que os membros da comissão haviam descoberto provas adicionais que poderiam ser usadas no processo federal de Santos.

O deputado de 35 anos eleito por Nova York rejeitou as alegações e chamou o relatório de “tendencioso”. “Permanecerei firme na luta por meus direitos e na defesa de meu nome diante da adversidade”, escreveu George Santos ao anunciar que não tentará a reeleição.

“Continuarei na minha missão de servir os meus eleitores até que me seja permitido. No entanto, NÃO buscarei a reeleição para um segundo mandato em 2024, pois minha família merece coisa melhor do que estar sob a mira da imprensa o tempo todo”, justificou.

Na última semana, ele venceu uma tentativa de expulsão da Câmara dos Representantes por um placar de 213 x 179 votos. A punição defendida pelos críticos do brasileiro é rara: apenas cinco congressistas foram expulsos da Câmara na história americana.

Além dos procedimentos internos na Câmara, George Santos também enfrenta os tribunais em Nova York. Ele é acusado de fraude, lavagem de dinheiro, roubo de recursos públicos, falso testemunho, conspiração contra os Estados Unidos e falsificação de documentos, entre outros supostos crimes. O deputado se declara inocente.

Antes disso, o republicano criou polêmica quando as mentiras que ele contou para se eleger, em 2022, foram reveladas. Santos inventou desde currículo e formação acadêmica até uma falsa ascendência judaica. Ele mentiu que os avós maternos escaparam do Holocausto e publicou no Twitter que a mãe, Fátima Devolder, foi uma das vítimas do 11 de Setembro. O registro de óbito dela, no entanto, data de 2016, portanto, 15 anos depois do atentado.

No Brasil, Santos foi indicado por fraude e estelionato.

 

 

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