Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home Brasil Campanha brasileira busca eliminar preconceitos em relação à obesidade

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) lançaram a campanha Obesidade: conhecimento, cuidado e respeito!, em alusão ao Dia Mundial da Obesidade de 2022, lembrado nesta sexta-feira (4). O objetivo é conscientizar a população e eliminar preconceitos sobre o tema.

Um levantamento sobre obesidade e gordofobia, feito pelas entidades em fevereiro do ano passado, com 3.621 pessoas, revelou que 88% delas apresentavam excesso de peso, sendo 37% com obesidade grau 3.

A pesquisa revelou que oito em cada dez pessoas com obesidade já sentiram algum tipo de constrangimento devido ao excesso de peso. Mais da metade delas afirmou ser vítima de discriminação pelo menos uma vez ao mês. Revelaram ainda que é no ambiente familiar onde ocorrem mais episódios de constrangimento por causa do peso (72%). Em segundo lugar, aparecem as lojas e o comércio em geral (65,5%), seguidos por situações de discriminação no médico (60,4%) e no trabalho (50,7%).

De acordo com o Ministério da Saúde, o excesso de peso acomete mais de 60% da população brasileira, sendo que cerca de 20% dos adultos já são obesos. Na avaliação da presidente do Departamento de Obesidade da Sbem, a endocrinologista Maria Edna de Melo, a única forma de conseguir minimizar o impacto da doença na saúde da população é por meio da ampliação do conhecimento sobre o tema e do oferecimento do cuidado adequado.

Para o vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sbem, Márcio Mancini, antes de ir para a escola, a criança obesa já tem uma certa estigmatização dentro da própria casa, “fruto de como as pessoas com excesso de peso são tratadas de modo geral”. Ele afirmou que “a piada sobre gordinho” é algo que a população ainda não considera como politicamente incorreto, mas como uma escolha individual da pessoa.

A discriminação em casa ocorre, principalmente, quando a família possui um filho com excesso de peso e outro magrinho, que compartilham o mesmo ambiente, a mesma alimentação muitas vezes, “mas a genética de um é diferente do outro”, disse Mancini.

Doença

A médica afirmou que há a necessidade de esclarecer à população, em primeiro lugar, que “estamos falando de uma doença que, como outra qualquer, precisa de tratamento”. Ela ressaltou a importância de deixar claro que mudança do estilo de vida significa entrar em um universo cheio de desafios.

“O controle do nosso apetite ocorre nas áreas mais primitivas do nosso sistema nervoso central. Quando estamos na frente de um alimento, principalmente aqueles hiperpalatáveis, industrializados, ricos em açúcar, com inúmeros atrativos, somos levados a um ato quase automático pelo próprio corpo. A região cortical do nosso cérebro, onde realizamos as ponderações, tem participação muito pequena”, explicou a doutora.

A pesquisa revelou também que somente 13% das pessoas procuraram ajuda para perder peso no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 62% desse contingente declararam que não se sentiram confortáveis e acolhidos no atendimento. A sensação crescia quanto maior era o grau de obesidade.

Diagnóstico

Uma pessoa apresenta diagnóstico de obesidade quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2. A faixa normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.

O Dia Mundial da Obesidade foi criado pela Federação Mundial de Obesidade (WOF, do nome em inglês) com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença, incentivar a mudança, melhorar as políticas de atendimento às pessoas com obesidade e compartilhar experiências.

A data comemorativa original era 11 de outubro mas, em 2020, ela foi mudada pela WOF para 4 de março. Segundo a WOF, 800 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com obesidade e as consequências médicas da doença custarão mais de US$ 1 trilhão aos países, até 2025.

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