Quarta-feira, 03 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de setembro de 2025
O ator Maurício Silveira, de 48 anos, morreu no dia 2 de agosto, após duas cirurgias para remover um câncer de intestino. A notícia chegou menos de quinze dias após a morte da cantora Preta Gil, também em decorrência da doença.
Silveira, que atuou em novelas da TV Globo, como “Cobras & Lagartos”, “Faça Sua História” e “Insensato Coração”, passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino e teve complicações no pós-operatório, o que exigiu uma nova intervenção cirúrgica. Ele estava internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O câncer no intestino, também chamado de câncer de cólon ou câncer colorretal, é o segundo tumor mais frequente no aparelho digestivo e o terceiro que mais mata no Brasil, de acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença afeta ambos os sexos e é mais frequente na faixa entre 60 e 70 anos de idade. No entanto, nos últimos anos têm aumentado o número de casos entre pessoas jovens.
Um levantamento global concluiu que em apenas três décadas, houve um aumento de 79% na quantidade de novos casos de câncer descobertos anualmente em pessoas com menos de 50 anos e o de intestino está entre eles. Nos Estados Unidos, o câncer de cólon se tornou a principal causa de morte por câncer em homens com menos de 50 anos no país.
Fatores como alimentação, sedentarismo e obesidade são apontados entre os responsáveis. Entre eles, a dieta pobre em alimentos naturais e frescos, mas povoada de embutidos e ultraprocessados parece se destacar em diversos estudos recentes.
Um trabalho feito pelo Cleveland Clinic identificou metabólitos, moléculas derivadas da dieta, especialmente aquelas associadas à carne vermelha e processada, como os principais impulsionadores do risco de câncer colorretal de início jovem. Outro estudo, feito pela Universidade do Sul da Flórida mostrou que gorduras específicas de alimentos ultraprocessados podem aumentar a inflamação relacionada com o desenvolvimento desse tipo de tumor.
“É sabido que pacientes com dietas não saudáveis têm aumento de inflamação no corpo”, afirma o coautor do estudo Timothy Yeatman, professor de cirurgia da Faculdade de Medicina Morsani do USF Health e diretor associado de Pesquisa Translacional e Inovação no Instituto de Câncer do TGH, em comunicado. “Quando seu corpo se alimenta diariamente de alimentos ultraprocessados, sua capacidade de curar essa ferida diminui devido à inflamação e à supressão do sistema imunológico, o que permite que o câncer cresça.”
Embora pareçam indicadores bastante óbvios, esse tipo de câncer, em específico, ocorre quando há algum tipo de alteração na microbiota do intestino (nome que também se dá à flora intestinal) — coisa que esses alimentos pouco saudáveis podem fazer.
Outro fator de risco é o uso indiscriminado de antibióticos. Esses medicamentos matam as bactérias normais, que fazem parte da microbiota intestinal.
Como as diretrizes recomendam a realização de exames de rastreio, como a colonoscopia preventiva, a partir dos 50 anos, a maioria dos casos de câncer de intestino entre jovens é descoberta em fase avançada, quando os sintomas começam a aparecer. Diante das estatísticas, há uma recente alteração na indicação.
A American Cancer Society, por exemplo, passou a recomendar que as pessoas com algum risco para a doença façam colonoscopia preventiva, a partir dos 45 anos. A mudança nas orientações ocorreu justamente para detectar precocemente este tipo de tumor. A periodicidade depois disso vai depender do resultado do exame e do histórico do paciente, mas pode variar de dois a dez anos.
Outro exame, mais simples de realizar e que pode ajudar a identificar precocemente a doença é a a presença de sangue nas fezes.
Para pessoas com histórico de câncer colorretal na família, o recomendado é que se procure um médico para avaliar se há necessidade e frequência do rastreio. O fato de ter um parente com a doença aumenta os riscos da pessoa de ter o problema. As informações são do jornal O Globo.
No Ar: Pampa Na Madrugada