Sábado, 03 de Maio de 2025

Home Brasil Carlos Lupi já entrou em reunião com Lula sabendo que deixaria o Ministério da Previdência; tom da conversa foi cordial

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Carlos Lupi já entrou na sala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ex-ministro. Ele sabia que a decisão já estava tomada e que a saída era inevitável.

O ex-titular da Previdência anunciou que estava deixando o governo logo após a reunião, no fim da tarde desta sexta-feira (2). O pedido de demissão ocorre na esteira das fraudes do INSS, que desviaram dinheiro de aposentados.

As conversas para sucessão do ministro vinham ocorrendo há pelo menos dois dias, e o diagnóstico era claro: a permanência de Lupi no comando do Ministério da Previdência havia se tornado insustentável.

O argumento que o convenceu a sair não veio apenas de aliados dentro do PDT, mas especialmente de integrantes do próprio governo. A avaliação era a de que, mesmo com mudanças no INSS, o peso político das fraudes identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) continuaria recaindo sobre Lupi.

Isso porque ele indicou o presidente do instituto, e durante sua gestão o número de irregularidades cresceu exponencialmente.

Mas vale ressaltar que a escolha de Wolney Queiroz como novo ministro, que também é do PDT e era o número 2 de Lupi, já que exercia o cargo de secretário-executivo da Previdência, pode trazer problemas para o governo.

Tom cordial com Lula

A conversa com o presidente Lula foi descrita como amena e politicamente cordial. Lula abriu espaço para que Lupi fizesse pedidos, e a saída será publicada no Diário Oficial da União como “demissão a pedido”.

Nos bastidores, porém, aliados admitem que Lupi resistiu à decisão. Ele não queria deixar o cargo, mas reconheceu que a crise se agravou a ponto de não haver mais alternativas.

Ficou acordado que Lupi comunicaria pessoalmente sua saída, e que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não faria uma nota oficial sobre o episódio.

Sucessor do PDT

Durante a reunião, ficou decidido que o PDT continuará na base aliada do governo. O novo ministro será Wolney Queiroz, ex-deputado federal do PDT e número dois de Lupi no Ministério da Previdência.

O governo não quer perder o PDT na base.

Apesar de ser um nome do mesmo partido, a escolha de Wolney pode trazer novos problemas para o governo. Isso porque ele participou de reuniões nas quais poderiam ter sido discutidas as fraudes no INSS — mas não foram. O envolvimento, mesmo que indireto, levanta dúvidas sobre sua capacidade de afastar a crise.

Crise continua

A saída de Lupi não encerra a crise. O governo ainda precisa apresentar um plano efetivo de ressarcimento às vítimas dos descontos indevidos nas aposentadorias e pensões.

Enquanto isso não acontecer, a pressão política e social deve continuar.

 

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