Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

Home Brasil Carnaval na Sapucaí: comitê científico sugere cancelar, mas secretário de Saúde do Rio de Janeiro diz que está mantido

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Especialistas do comitê científico que orienta as decisões do Estado do Rio de Janeiro sobre a pandemia recomendaram, em reunião nesta semana que não haja desfiles de escolas de samba na Marquês de Sapucaí, ou que eles sejam adiados. No entanto, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse que a festa, por enquanto, está mantida.

O grupo composto por sete pesquisadores da Uerj, UFRJ e técnicos da Secretaria de Estado de Saúde analisou o avanço da variante ômicron. E o infectologista Roberto Medronho, da UFRJ, recomendou não só o cancelamento do carnaval, mas também qualquer evento que gere aglomeração.

A sugestão foi aceita por unanimidade, mas quem bate o martelo sobre a questão é o secretário Chieppe. O chefe da pasta se mostrou desfavorável ao cancelamento do carnaval.

“Nesse momento, considerando a tendência dessa transmissão, do que a gente vê em outros países, dela ser curta, dela durar pouco tempo por conta da alta transmissibilidade desse vírus, é de que o carnaval da Sapucaí seja mantido, adotando os protocolos de segurança necessários”, disse Chieppe.

O secretário acrescentou que não é possível, no momento, decidir sobre um evento que deve ocorrer daqui a dois meses, “à luz da situação epidemiológica atual”. Já sobre o carnaval de rua no estado, a SES informou, em nota, que ele deverá ser suspenso.

Isso porque, afirma a pasta, nos blocos “não há como fazer um controle sanitário, com adoção de protocolos sejam de testagem ou exigência de esquema vacinal completo”.

Após debate do comitê, a ata da reunião seria encaminhada ao secretário, para “auxiliar na tomada de decisão junto à vigilância estadual”.

Variante

Dados do próprio Governo do RJ mostram o avanço da Covid. Em dezembro, foram 8.897 casos. E só nos sete primeiros dias deste ano, foram 22.355 novos registros. Duas vezes e meia mais casos do que no mês passado.

Mesmo considerando o represamento de registros e “apagão” de dados no Ministério da Saúde, são muitos casos a mais registrados no RJ.

O infectologista e epidemiologista Roberto Medronho (UFRJ), que é membro do comitê científico do estado do Rio, já havia adiantado que pediria a suspensão de todo o carnaval no Estado — inclusive os desfiles das escolas na Sapucaí.”

“Defenderei exatamente isso que estou falando publicamente: temos que suspender todos os festejos carnavalescos e podemos adiar o carnaval para o meio do ano para que possa ter uma situação um pouco melhor. Pelo menos adiar o carnaval”, disse ele.

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