Terça-feira, 14 de Maio de 2024

Home em foco Chegam a 37 as mortes causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul; contagem deve subir

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O número de mortes no Rio Grande do Sul em função das fortes chuvas chegou a 37 e deve aumentar, disse o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), na noite dessa quarta-feira (6).

“Quando tivemos o ciclone [extratropical] há dois meses, tivemos 16 mortes e, tinha sido o maior número de mortes em evento climático no Estado. [Agora] a gente já tem, até aqui, 37 mortes”, disse.

Ele explicou que a previsão pelo crescimento do número ocorre porque, a partir deste momento, as equipes de socorro começam a conseguir acessar áreas que, até então, estavam isoladas.

Além disso, 2.700 resgates foram realizados pelas autoridades até o momento, informou Leite. “É uma tragédia sem precedentes para o Estado em termos de evento climático”.

Segundo o governador, a região mais afetada é o Vale de Taquari, que além de receber muita chuva nos últimos dias, também recebe a elevação das bacias hidrográficas da localidade.

O Vale de Taquari está localizado a cerca de duas horas de Porto Alegre. Por isso, há uma atenção especial do governo para as chuvas dos próximos dias na capital.

“A água continua descendo, e a gente prevê ainda efeitos na região metropolitana [de Porto Alegre], na bacia do rio Gravataí. Estamos especialmente atentos porque deve vir mais chuva a partir de amanhã [quinta, 7]”, disse.

O governador afirmou ainda que o governo está levantando a quantidade de estruturas prejudicadas, mas que acredita que mais de dez pontes devem ter sido afetadas, dificultando o resgate e o acesso a recursos pela população.

Setenta e nove municípios ficarão sob decreto de calamidade pública, a maioria deles no Vale de Taquari. A medida prevê mais agilidade nas ações e ajuda do governo federal.

Leite também anunciou o cancelamento dos desfiles militares do 7 de Setembro no Estado “não só porque não é hora, mas também porque a gente precisa dos militares atendendo a essa situação”.

Previsão

Boletim do Inmet divulgado na tarde dessa quarta confirma que os próximos dias serão de muita chuva no Rio Grande do Sul.

Entre esta quinta (7) e sexta (8), a expectativa é de tempestades que acumulem entre 70 e 100 mm de água. As mesmas regiões afetadas pelo ciclone extratropical serão novamente atingidas.

Causas

As chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul, que deixaram 37 mortos até essa quarta, foram provocadas pela formação simultânea de um ciclone extratropical e de uma frente fria que se intensificaram pela ação de um El Niño muito mais severo neste ano.

O El Niño se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. No Brasil, seu principal impacto é o aumento de chuvas no Centro-Sul e o oposto no Norte, Nordeste e na porção norte do Centro-Oeste. Para piorar ainda mais, estamos vivendo um El Niño atípico, com calor acima da média. Uma das consequências sentidas no Brasil foi a onda de calor no fim de agosto, em pleno inverno.

Segundo a meteorologia, se não fosse por esse fenômeno, a frente fria e o ciclone, que são eventos climáticos comuns, não teriam causado tamanha destruição: provavelmente, teriam resultado em uma chuva de intensidade normal e vento.

As mortes em decorrência das chuvas nesta semana superam a maior tragédia natural das últimas quatro décadas no Estado até então: em junho deste ano, 16 pessoas morreram na região.

A condição atual é parecida com a do ciclone de junho, que também estava sob influência do El Niño, fazendo com que os impactos fossem muito maiores do que outros ciclones que já passaram pela região.

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