Quinta-feira, 29 de Maio de 2025

Home Saúde China ultrapassa os Estados Unidos em número de pesquisas de alto impacto contra o câncer pela primeira vez na história; entenda

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Os Estados Unidos perderam a liderança histórica na pesquisa do câncer. Em 2024, pela primeira vez, a China ultrapassou os americanos em estudos científicos de alto impacto, segundo a Nature Index, publicação vinculada à revista Nature que mede a produção científica de qualidade no mundo.

A China registrou um salto de 19% em estudos de ponta, contra 5% dos EUA. A métrica da Nature Index considera não só a quantidade, mas principalmente a qualidade dos artigos publicados em revistas prestigiadas, como Nature, Science e Cell.

Em pesquisas oncológicas, os chineses atingiram 2.614,52 pontos, superando os 2.481,71 dos americanos. O avanço chama atenção por ter ocorrido em apenas um ano, impulsionado por investimentos maciços em pesquisa básica e pelo crescimento de empresas de biotecnologia no país asiático.

Empresas chinesas passaram de 5% para 35% de participação em estudos oncológicos em uma década, superando EUA e União Europeia em testes clínicos. Esse avanço ocorreu enquanto os americanos enfrentam cortes severos no setor.

Nos primeiros meses do novo mandato, o presidente Donald Trump reduziu drasticamente os recursos para universidades e centros de pesquisa. Harvard, por exemplo, teve seus fundos federais bloqueados em abril e enfrenta uma tentativa de perda do status de isenção fiscal. A instituição entrou na Justiça contra as medidas.

O Instituto Nacional do Câncer dos EUA (NCI), com orçamento anual de U$ 7 bilhões, anunciou cortes de pessoal e de programas. Apesar disso, Harvard ainda lidera globalmente na pesquisa oncológica, seguida pela Academia Chinesa de Ciências.

A Nature destaca que Harvard é um centro-chave na pesquisa sobre câncer e liderou 8 das 10 principais parcerias internacionais no setor entre 2019 e 2024. Mas seu papel pode se enfraquecer com o esvaziamento de verbas federais.

O impacto dos cortes vai além da redução de pessoal e recursos. Bancos de dados com décadas de informações vêm sendo apagados, prejudicando diretrizes e políticas públicas. A Sociedade Americana de Câncer alertou sobre os riscos da eliminação de dados sobre gênero, renda e etnia.

O orçamento proposto pela Casa Branca para 2026 aprofunda a crise. O Fundo Nacional de Ciência terá corte de 56%, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) perderão 40% do orçamento e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) pode encerrar programas essenciais.

Apesar da disputa entre China e EUA, ambos seguem à frente do restante do mundo na pesquisa do câncer. Atrás deles, aparecem Reino Unido, Alemanha, Japão, Canadá, França, Coreia do Sul, Holanda e Austrália.

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