Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home Ciência Choque de estágio de foguete na Lua não poderá ser visto em tempo real

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O segundo estágio de um foguete da SpaceX, empresa espacial de Elon Musk, deve se chocar com a Lua em março deste ano. Contudo, dificilmente alguma sonda que orbita nosso satélite natural poderá observar o impacto em tempo real. O que deverá ser possível será visualizar a cratera deixada pelo impacto, apenas.

De acordo com informações de astrônomos amadores e profissionais, o estágio do foguete vai se chocar com o lado afastado da Lua no dia 4 de março, em uma região próxima do equador lunar.

O foguete em questão foi lançado m 2015, levando o satélite Deep Space Climate Observatory com destino ao Ponto de Lagrange 1 (L1) — trata-se de uma região de estabilidade gravitacional a mais de 1 milhão de quilômetros da Terra. Após um longo acionamento dos motores do segundo estágio, para alcançar uma órbita de transferência, o satélite começou a seguir viagem ao seu destino.

Só que, desde aquele momento, o estágio do foguete estava tão alto que não tinha combustível suficiente para voltar para a atmosfera da Terra, e também não tinha a energia necessária para escapar da gravidade exercida por nosso planeta e pela Lua. Por isso, o estágio vem viajando em uma órbita um tanto caótica desde 2015.

Onde o foguete vai se chocar na Lua?

Bill Gray é criador do Project Pluto, um software utilizado para monitorar objetos, asteroides, cometas e outros corpos de interesse próximos da Terra. No início de janeiro, ele reuniu astrônomos profissionais e amadores para conduzir novas observações do estágio, como uma forma de descobrir quando acontecerá a colisão na Lua e onde isso poderá ocorrer.

Até o momento, eles acreditam que o foguete deverá atingir a superfície lunar no dia 4 de março, por volta das 9h25 (horário de Brasília). O impacto deverá ocorrer na cratera Hertzsprung, uma formação com 500 km de diâmetro localizada no lado afastado da Lua — mas vale ter em mente que estas previsões podem variar conforme novos dados forem obtidos. Mesmo com as estimativas, Gray traz algumas ressalvas importantes.

Primeiro, o estágio do foguete parece estar tombando — e este movimento pode ser intensificado pela luz solar, que pode ajudar a empurrá-lo. Apesar de ser pequeno, o efeito da luz precisa ser considerado e irá se acumular nas próximas semanas até o impacto acontecer. Por isso, Gray considera que novas observações podem ser realizadas no início de fevereiro, para aproveitar o momento em que o foguete passar mais perto da Terra e, assim, permitir refinar as estimativas.

Cratera de impacto

É pouco provável que o estágio do foguete acabe atingindo algum satélite artificial na órbita da Lua, porque existem poucos deles por lá. Por outro lado, a possível colisão representa uma oportunidade rara para missões estudarem os efeitos de um objeto atingindo a superfície do lado afastado do nosso satélite artificial.

Uma dessas missões é a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), uma sonda da NASA que estuda a Lua em uma órbita elíptica, passando pelo polo sul. Segundo a equipe da missão, a LRO não deverá estar no lugar adequado para observar o impacto, mas eles vão tentar encontrar o objeto que o causou depois que ela por lá. Além disso, novas observações serão necessárias para refinar o local e horário do impacto.

Outra opção seria o orbitador da missão Chandrayaan-2, da Índia. Atualmente, o orbitador está mapeando a topografia da Lua, investigando os minerais na superfície e a abundância de elementos por lá, e poderia também conferir o impacto. Contudo, Gray acredita que tanto a sonda indiana quanto a LRO não estarão no “lugar certo, na hora certa” para acompanhar o evento, mas devem passar pelo local depois e podem conferir a cratera recém-formada.

Hoje, a China tem a missão Chang’e 4 investigando o lado afastado da Lua. Originalmente, esta missão foi pensada como uma “reserva” para a Chang’e 3, mas como tudo correu bem no pouso de sua antecessora, ela passou por algumas mudanças em seus objetivos. A Chang’e 4 é composta pelo rover Yutu-2, um módulo de pouso e um satélite que auxilia na comunicação.

Até o momento da publicação desta matéria, a China não declarou se o orbitador da missão poderá observar o local do impacto. Outra opção seria o rover Yutu-2, que, assim como seu módulo de pouso, já completou mais de mil dias de missão em solo lunar.

Recentemente, o veículo explorou a região da cratera Van Kármán para estudar uma rocha de forma curiosa, que lembrava até um cubo. Mas a cratera em questão é um tanto distante da Hertzsprung, local em que o impacto poderá acontecer e, por enquanto, o país não divulgou se é possível direcionar o robô para lá, ainda mais em tão pouco tempo.

Ainda assim, caso a agência espacial chinesa dê informações oficiais sobre o assunto, esta matéria será atualizada.

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