Terça-feira, 17 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 1 de novembro de 2021
Após um carnaval de ruas vazias e com a tendência da redução de casos de Covid-19, a festa de 2022 no Rio começa a ser desenhada e ganhar projetos.A primeira aposta é uma melhor infraestrutura tanto na Marquês de Sapucaí quanto nos desfiles de rua, com mais de R$ 45 milhões em investimentos públicos e privados, prometem os organizadores da festa. Para os blocos, o investimento chegará a R$ 38,9 milhões de patrocínio privado, contra R$ 24,7 milhões de 2020 (57% a mais).
O pré-cadastramento atraiu interessados em botar 506 blocos na rua e 620 desfiles. Agora, os pedidos passam pelo planejamento da logística de segurança e de trânsito, antes de ser oficializado o calendário de 45 dias em que os cortejos serão autorizados a sair, do fim janeiro ao início de março.
A Dream Factory, que desde que o modelo foi implantado, em 2010, é responsável pela distribuição de itens como banheiros químicos, agentes de trânsito e ambulâncias, volta a cumprir a função em 2022, com uma oferta maior desses serviços. A empresa foi a única a apresentar à Riotur proposta para cuidar da infraestrutura da folia fora da Sapucaí. Novamente, atuará em parceria com a Ambev, que terá exclusividade na venda de bebidas nos desfiles.
A presidente da Riotur, Daniela Maia, explica que os aportes na festa de rua visam dar maior conforto e segurança para os usuários. Entre as preocupações estão o assédio sexual e a violência contra a mulher nos blocos. Em todos os sanitários químicos haverá adesivos com um QR code que permitirá fazer denúncias em tempo real.
Também haverá algumas regras rígidas. O tempo máximo entre a concentração e dispersão dos blocos será de seis horas, para permitir o retorno à rotina nas ruas. Agentes da Seop vão atuar para agilizar a dispersão, evitando, por exemplo, que ambulantes continuem em ação após o prazo estipulado.
“A gente torce para que a nova infraestrutura dê certo. Um dos itens que mais preocupava era a questão de atendimento médico, que foi reduzida no governo passado. Os blocos não têm recursos para arcar com uma oferta de serviço de Saúde própria”, diz Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, liga que reúne alguns dos principais blocos do Centro e da Zona Sul.
Sambódromo
Não será preciso esperar fevereiro para deixar para trás os tempos de Passarela vazia, sem sambista nem público, que já duravam desde 1º de março de 2020, quando a Viradouro encerrou sua apresentação na noite das campeãs. A previsão é que, a partir da segunda quinzena de janeiro, sejam retomados os ensaios técnicos, que devem se estender por pelo menos seis fins de semana. Antes, já neste mês de novembro, o Sambódromo começa a tomar um banho de loja.
Além de iluminação renovada e melhorias no sistema de drenagem da pista, as intervenções incluem um novo projeto de combate a incêndio, o que pode, finalmente, permitir que a Avenida receba o certificado de liberação dos bombeiros.
Em relação à Sapucaí, na última semana, a prefeitura concluiu uma licitação para fazer intervenções de segurança, com base em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado por Daniela Maia no início do ano. Há dois anos, frequentadores dos ensaios chegaram a levar choques nas arquibancada.
Sem as intervenções exigidas, os ensaios técnicos no Sambódromo, uma festa com entrada franca, foram cancelados em 2020, em meio também à escassez de recursos, após a suspensão da subvenção municipal, por parte do então prefeito Marcelo Crivella, às escolas de samba. Em 2022, a prefeitura volta a fazer repasses às agremiações, com valores e datas dos pagamentos a serem anunciados por Eduardo Paes.
Na Passarela, em três meses, serão gastos R$ 7,3 milhões no novo sistema de combate a incêndios. Estão nos planos hidrantes e portas corta-fogo, entre outras melhorias. Haverá mudanças também nas arquibancadas. Os degraus serão alargados e, os lugares, demarcados, obedecendo a um distanciamento de 50 centímetros entre cada pagante. Apesar da previsão de que as obras terminem no início de fevereiro, a prefeitura diz ser possível obter autorização da corporação para os ensaios técnicos. Uma vistoria será agendada nos próximos dias.
Além das alterações no sistema de incêndio, o Sambódromo passará por outras melhorias. A última grande intervenção na Marquês de Sapucaí tinha sido feita antes do Carnaval de 2012, quando o setor par foi ampliado, nos preparativos para a Olimpíada, ganhando mais 18,8 mil lugares. A drenagem do lado ímpar, por exemplo, não foi revista. O custo dessa obra está sendo orçado.
No Ar: Pampa Na Madrugada