Sábado, 27 de Julho de 2024

Home em foco Com gesto a militares, Moraes busca neutralizar ataques de Bolsonaro às urnas

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A decisão de Alexandre de Moraes de acatar sugestões feitas pelos militares sobre as urnas faz parte da estratégia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para blindar ainda mais o processo eleitoral. Integrantes de cortes superiores relataram que o objetivo de Moraes é esvaziar novos ataques de Bolsonaro sobre a segurança das urnas ou qualquer tentativa de descredibilizar o resultado das eleições.

Após a reunião entre Moraes e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o TSE divulgou uma nota na qual disse que apresentará, com técnicos das Forças Armadas, uma proposta para usar a biometria de eleitores durante os testes de integridade das urnas. Essa foi uma das sugestões apresentada pelos militares ao TSE. Ao acatá-la, Moraes pretende, na prática, neutralizar os ataques de Bolsonaro ao sistema, demonstrando que não há. falhas, mas que a corte está aberta a eventuais aprimoramentos.

No encontro desta quarta-feira (31), o presidente da corte eleitoral viabilizou a participação de técnicos das Forças Armadas com os do tribunal. O pedido foi apresentado e reiterado em ofícios de Nogueira ao ministro Edson Fachin, quando ele era o presidente do TSE, mas o magistrado não atendeu o pleito.

Segundo o colunista Lauro Jardim, Nogueira disse a colegas da Esplanada que a discussão sobre as urnas está “superada” após essa reunião. A iniciativa de Moraes tem sido vendida pelos integrantes do governo como um gesto de trégua, mas o ministro deixou claro para outros magistrados que a ideia é proteger o sistema dos ataques de Bolsonaro.

Está superado

“Assunto superado”. Assim o Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, respondeu nesta quarta (31) a um ministro de Jair Bolsonaro que lhe perguntara sobre o resultado da reunião desta manhã com Alexandre de Moraes em que discutiram o processo de apuração das eleições. Ou, mais especificamente, sobre a segurança no momento da totalização dos votos, uma obsessiva dúvida tanto de Nogueira quanto de Bolsonaro.

No encontro, segundo o tribunal, “ficou reconhecido o êxito dos testes de verificação das urnas eletrônicas” e “reafirmado que haverá a divulgação de todos os boletins de urna pelo TSE, possibilitando a conferência e totalização dos resultados eleitorais pelos partidos políticos e entidades independentes”. O uso da biometria de eleitores em algumas urnas, uma das propostas das Forças Armadas, foi acolhida por Moraes, ainda segundo o TSE:

“A importância da manutenção da realização do Teste de Integridade, que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria foi ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a possibilidade de um projeto piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste, conforme sugestão das Forças Armadas”.

A julgar pela reação de Nogueira e pelo comunicado do TSE, que ressaltou ter aceito uma sugestão dos militares, Bolsonaro não teria mais motivos para falar em possibilidade de fraude na eleição. Talvez tenha chegado o momento de Bolsonaro dizer que aceitará o resultado das urnas (urnas eletrônicas!), sem qualquer ressalva — e a mais usada por ele sempre foi “aceito, se as eleições forem limpas”.

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