Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Comissão da Câmara dos Deputados convoca ministro interino da Educação para explicar suspeitas na gestão do antecessor, Milton Ribeiro

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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou, em reunião realizada nesta quarta-feira (29), a convocação do ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, para tratar das suspeitas de corrupção e tráfico de influência na pasta durante a gestão de Milton Ribeiro. No período, Veiga era secretário-executivo da pasta.

Milton Ribeiro foi preso na semana passada na operação Acesso Pago, da Polícia Federal (PF) que investiga a influência de pastores suspeitos de cobrar propina em troca de liberação de recursos do ministério da Educação para prefeituras. Ele também foi alvo de busca e apreensão, além de ter tido o sigilo bancário quebrado, por ordem do juiz federal Renato Borelli. Depois, foi solto por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Na ocasião, também foram presos os pastores lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, além de Luciano Musse, ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva da pasta, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu.

A convocação de Veiga foi aprovada após requerimento do deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Ainda não há data marcada para a audiência. Ao justificar o pedido, o parlamentar reforçou a proximidade do atual ministro com seu antecessor.

“Resta irrefutável que ele conviveu intensamente com os acusados e seus esquemas, bem como possui acesso e pleno conhecimento das informações no âmbito do Ministério da Educação sobre a destinação de recursos federais e transferências efetivadas pelo governo”, justificou o deputado.

Ribeiro deixou o Ministério da Educação em março deste ano, em meio a denúncias de que os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos atuavam como lobistas da pasta e pediam propina a prefeitos para destravar recursos da Educação, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Suborno

Com poder sob a agenda do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura também cooptaram um servidor do FNDE para agilizar a liberação de recursos. Além de cobrar propina de prefeitos até em ouro, os religiosos teriam subornado como uma motocicleta um servidor do fundo que concentra a maior parte da verba da Educação.

O relato do suposto suborno foi narrado pelo atual ministro, Victor Godoy, e está registrado no inquérito aberto para investigar corrupção na gestão de Ribeiro no MEC.

O FNDE concentra a maior fatia de recursos destinados a investimentos em educação e é presidido por Marcelo Ponte. Ele chegou ao cargo por indicação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de quem foi chefe de gabinete.

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) registra relato de Ponte ao atual ministro. Segundo o parecer, um servidor do FNDE identificado como “João” ganhou uma motocicleta do pastor Moura. O funcionário foi exonerado e o caso é investigado pela CGU.

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