Quinta-feira, 02 de Maio de 2024

Home Economia Contas externas em março: 28 bilhões de dólares em exportações e mais de 20 bilhões de dólares em importações

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O superávit da balança comercial do país em março veio menor que o de igual período do ano passado, mas com o bom desempenho de janeiro e fevereiro, o saldo no primeiro trimestre foi recorde para o período, mantendo as expectativas para um resultado robusto este ano, mesmo com uma esperada safra agrícola de grãos menor que a de 2023.

A balança comercial registrou em março um superávit de US$ 7,5 bilhões, resultado de US$ 28 bilhões em exportações e US$ 20,5 bilhões em importações, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic). O saldo comercial foi 30,4% menor do que o de igual mês de 2023. As exportações caíram 14,8% e as importações, 7,1%, sempre pela média diária.

Ao apresentar os dados, Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior da Secex, disse que os valores menores em março tiveram base alta de comparação e podem ter sido influenciados pelo número de dias úteis de março: 23 dias em 2024 contra 20 em 2023. Os resultados de janeiro e fevereiro, destacou, compensaram os de março. No primeiro trimestre do ano o saldo da balança alcançou US$ 19,1 bilhões, recorde para o período, resultado de US$ 78,3 bilhões em exportações e US$ 59,2 bilhões em importações. No primeiro trimestre o valor exportado cresceu 3,2% e o das importações caiu 1,8%.

Matheus Pizzani, da CM Capital, diz que, mesmo com a queda de superávit comercial em março, as expectativas para o ano ainda são “majoritariamente positivas”. “O período sazonal mais positivo da agricultura ainda será alcançado nos meses do meio do ano, assim como a desvalorização recente do real frente ao dólar tende a impulsionar o setor exportador do país, estimulado pela perspectiva de maior lucratividade com as vendas para o mercado externo.”

Efeito preço

Na apresentação dos dados, Brandão afirmou que o efeito preço será fundamental para definir o comportamento das exportações e as projeções que a Secex faz trimestralmente para a balança comercial do ano. A nova estimativa do governo, divulgada ontem, reduziu o superávit esperado para 2024 de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões, valor que, se confirmado, representaria queda de 25,7% em relação ao saldo de 2023.

Os dados da Secex mostram que de janeiro a março os preços médios de exportação de soja caíram 20,9%. A queda foi amenizada pelo aumento de 15,7% na quantidade embarcada, o que resultou em redução de 8,4% na receita de exportação do grão. Já o petróleo teve queda de 3,1% nos preços médios, mas a alta de 16,9% no volume vendido ao exterior resultou em 13,3% de alta no valor embarcado.

A nova projeção de balança para 2024 da Secex, explica Brandão, também foi influenciada pelas importações, que foram revisadas para cima em razão de esperado aquecimento da economia. “É natural que Brasil consuma mais bens importados.” Brandão também observou que, à exceção desta semana, o real vem se apreciando em relação ao dólar, o que favorece as compras externas.

Welber Barral, sócio da consultoria BMJ e ex-secretário de comércio exterior, destaca que tanto em março como no primeiro trimestre a compra externa de bens de capital aumentou. Isso, segundo ele, já pode ser reflexo do atual ciclo de queda da taxa básica de juros. Ele ressalta, porém, que a base de comparação é baixa. O desembarque de bens de capital somou US$ 7,8 bilhões no primeiro trimestre, segundo a Secex, com alta de 11,3% em relação a igual período de 2023.

Outra categoria que se destacou foi a de bens de consumo, com alta de 21,1% no valor das compras externas. Bens intermediários e combustíveis foram em sentido contrário, com queda de 6,3% e de 12,9% no valor desembarcado, respectivamente. O desempenho das duas categorias, que respondem juntas por 71,2% das compras externas, influenciou o comportamento do total das importações, que caíram 1,8%.

Nos próximos meses, diz Gabriela Faria, economista da Tendências, a expectativa é de certa acomodação nos valores de exportações e importações. A perspectiva, diz, é de continuidade da redução das cotações de bens intermediários, o que reflete por sua vez nos preços de bens de consumo, seguindo tendência de acomodação das pressões inflacionárias globais sobre bens industriais. Para as quantidades exportadas, a expectativa é de que as vendas de itens agrícolas diminuam, considerando a projeção de menor crescimento da produção de grãos no Brasil em relação a 2023.

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