Sábado, 04 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 3 de outubro de 2025
O senador Izalci Lucas (PL-DF) e o deputado Alencar Santana (PT-SP) trocaram acusações sobre possíveis relações com pessoas associadas a fraudes no INSS. Os dois parlamentares são membros da CPMI que investiga os desvios no instituto. Santana divulgou um vídeo no qual Izalci aparece dando carona ao presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes. O registro teria sido feito em 2024.
O presidente do colegiado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), chegou a determinar a prisão em flagrante de Lopes, no mês passado, por falso testemunho à CPMI. O advogado, contudo, foi liberado pela Polícia Legislativa após pagar fiança. Alencar afirmou que Izalci se encontrou com Lopes em um almoço, durante o período em que a Conafer era investigada pelos desvios em aposentadorias.
Em resposta, Izalci apresentou uma foto de Alencar na Conafer à sessão da CPMI de quinta (2). Ele também ressaltou que Lopes foi recebido no gabinete de Alencar Santana no dia 13 de maio de 2024.
Em nota, o senador afirmou que “sua relação com a Conafer foi exclusivamente institucional, decorrente de sua atuação parlamentar em defesa da agricultura familiar e de políticas públicas voltadas ao setor e que não há qualquer relação de amizade com Lopes”. Ele ressaltou que foi o autor de requerimentos de quebra de sigilo sobre as movimentações da entidade.
Alencar Santana, por sua vez, disse que esteve na Conafer por se tratar “de uma instituição que, de fato, era apresentada como representante da agricultura familiar”.
Convocação
A CPI mista que investiga fraudes em benefícios do INSS aprovou em sua última sessão a convocação do ex-procurador-geral da entidade Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. O depoimento ainda será agendado.
Virgílio Filho foi afastado do cargo, por determinação da Justiça Federal, no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação sobre um esquema de desvios na Previdência. O governo federal o dispensou formalmente do cargo ainda naquela data.
Segundo as investigações, o ex-procurador recebeu, por meio de empresas e de contas bancárias da esposa, R$ 11,9 milhões de empresas relacionadas às associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Parte do montante, ainda de acordo com as investigações da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), estaria relacionada a repasses do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado como um dos principais operadores das fraudes.
A CPMI também convocou pessoas ligadas ao ex-procurador: a esposa, Thaisa Hoffmann Jonasson; e a irmã de Virgílio Filho, Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira. Os depoimentos ainda não foram agendados.