Domingo, 16 de Novembro de 2025

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A convivência entre crianças e animais de estimação vai muito além da afetividade e do lazer. Segundo o pediatra do Desenvolvimento e Comportamento e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Dr. Renato Santos Coelho, esse contato contribui diretamente para o equilíbrio emocional, o aprendizado social e o fortalecimento de valores como responsabilidade, empatia e respeito.

“Os animais funcionam como companheiros não julgadores, que oferecem conforto, reduzem a solidão e estimulam a empatia. Além disso, o simples ato de acariciar um pet está associado à diminuição da tensão e da ansiedade. A relação que se cria é intuitiva e recíproca: o animal aprende como a criança funciona e, com o tempo, passa a protegê-la tanto física quanto emocionalmente”, explica o médico.

Evidências científicas

Estudos reforçam essa percepção. Uma pesquisa publicada na revista Preventing Chronic Disease, com base em dados da publicação CABI Human Animal Interactions, acompanhou 643 crianças de 4 a 10 anos. O resultado mostrou que aquelas que conviviam com cães em casa apresentaram níveis menores de ansiedade e melhor regulação emocional.

Para o Dr. Renato, o impacto positivo é ainda mais evidente quando existe vínculo afetivo e a criança participa dos cuidados diários. “Essa interação cria um sentimento de pertencimento e reduz o tempo de exposição às telas, o que também é um ganho para o desenvolvimento cognitivo e social”, destaca.

Escolha do animal e cuidados necessários

Cães e gatos são as espécies mais indicadas para famílias com crianças, especialmente os de temperamento dócil e sociável. Outros animais, como coelhos, peixes e hamsters, podem ser opções para lares com espaços menores, mas oferecem menos interação e exigem atenção aos riscos de zoonoses.

“Cada família deve avaliar seu estilo de vida, o espaço físico disponível e o tempo que pode dedicar ao animal. O pet deve ser uma fonte de alegria, não de estresse”, orienta o pediatra.

A introdução do animal na rotina da casa também merece atenção. A literatura médica recomenda que isso ocorra quando a criança tem maturidade suficiente para compreender os cuidados — geralmente a partir dos cinco ou seis anos. Antes disso, as interações precisam ser sempre supervisionadas. “Crianças menores de quatro anos apresentam maior risco de acidentes, especialmente mordidas na face, que podem causar lesões graves e cicatrizes permanentes”, alerta o especialista.

Supervisão e prevenção

Entre os principais cuidados estão:

  • Supervisão constante das interações;
  • Vacinação e vermifugação em dia;
  • Higiene das mãos após o contato;
  • Manutenção de ambiente limpo;
  • Ensino de limites para a criança e para o animal.

O Dr. Renato lembra que os animais têm comportamentos instintivos. “Muitos vídeos mostram cães e gatos protegendo crianças, mas não se pode generalizar. Eles são seres irracionais e respondem por impulso. Há uma tendência crescente de humanizar os pets, o que precisa ser visto com cautela”, reforça.

Atenção especial às crianças com alergias

Outro ponto importante é a avaliação prévia de crianças com alergias ou asma antes de conviver com animais, para evitar agravamentos. Mesmo assim, quando observados todos os cuidados, os benefícios superam os riscos.

Relação que educa o coração

Para o especialista, a convivência entre crianças e animais promove empatia, autocontrole, senso de cuidado e vínculos afetivos duradouros. “Trata-se de uma relação que educa o coração e ensina sobre o respeito à vida desde cedo”, conclui. (por Gisele Flores)

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