Terça-feira, 02 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de setembro de 2025
Em uma semana decisiva para o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começará a ser julgado pela tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a oposição no Congresso Nacional conta com a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para aprovar um projeto de anistia.
Do lado do governo, ministros palacianos acreditam na existência de um “acordo secreto” entre Bolsonaro e Tarcísio para que o ex-presidente apoie a candidatura presidencial do governador em 2026 em troca de um indulto.
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, disse que a proposta da anistia voltará a ser prioridade do partido e deve levar o tema para discussão na reunião de líderes nesta terça-feira (2).
Segundo o deputado federal, uma das estratégias para avançar com o projeto é a ajuda do governador, que se comprometeu a conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta. Tarcísio trabalha para convencer Motta a pautar o assunto.
Além de Motta, o governador também se comprometeu a conversar com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, e o presidente do Republicanos, o deputado Marcos Pereira.
Com este último, aliás, a conversa ocorreu nessa segunda-feira (1º). Em uma rede social, Pereira publicou uma foto ao lado do governador – que é filiado ao seu partido.
“Café da manhã com o nosso governador Tarcísio de Freitas. No cardápio do dia: anistia”, afirmou o parlamentar no post.
Conforme informações da GloboNews, Tarcísio e Motta se falaram sobre o projeto da anistia na manhã dessa segunda, por telefone, durante o café da manhã entre o governador e o presidente do Republicanos.
A oposição avalia que a articulação do governador dará fôlego à proposta de anistia, principalmente em um momento em que o nome de Tarcísio cresce como possível candidato ao Planalto em uma articulação de partidos de direita e do Centrão.
Aliados de Tarcísio dizem que ele é “totalmente a favor” do projeto e está trabalhando para que o texto seja levado à votação no Congresso, onde ele acredita que a proposta tem votos para ser aprovada.
Avaliação
Ministros próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm visto sinais de que Bolsonaro condiciona o apoio à candidatura de Tarcísio em troca de um possível indulto presidencial.
Eles citam, por exemplo, os recentes encontros dos dois, incluindo a visita de Tarcísio a Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar.
Na avaliação destes interlocutores de Lula, o suposto acordo não foi divulgado para não melindrar os filhos de Bolsonaro e não expor, antes da hora, o desejo de Tarcísio de ser candidato.
Para o entorno de Lula, Tarcísio quer ser candidato à Presidência da República e outros nomes da direita não terão força para viabilizar uma candidatura competitiva. Com base nessa avaliação, o próprio presidente tem dito que Tarcísio será candidato.
Na semana passada, o governador de São Paulo disse, em entrevista ao Diário do Grande ABC, que seu primeiro ato como presidente da República seria dar um indulto a Bolsonaro.
Em resposta à entrevista, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, chamou o governador de “candidato fantoche que só pensa em servir aos interesses do seu chefe” e disse que Tarcísio não respeita a Justiça e o Estado de direito.
Do lado da oposição, lideranças dizem que “qualquer candidato da direita dará indulto ao Bolsonaro”. A leitura no entorno de Bolsonaro é que Tarcísio só será candidato à Presidência se houver um pedido do ex-presidente – o que ainda não ocorreu. (Com informações do jornal O Globo)
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