Terça-feira, 19 de Março de 2024

Home em foco De olho no Tribunal de Contas da União, deputados fazem dupla campanha

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O adiamento pela Câmara dos Deputados da escolha do nome que vai substituir a ministra Ana Arraes no Tribunal de Contas da União (TCU) fez com que os parlamentares interessados na vaga tenham de encarar duas eleições ao mesmo tempo.

Se antes a definição estava prevista para acontecer até o mês passado, liberando os candidatos da campanha à reeleição, hoje eles precisam continuar na disputa eleitoral caso queiram manter na manga um novo mandato. A vaga será aberta oficialmente em julho, quando a ministra se aposenta, mas a previsão é que a definição do nome ocorra somente após o pleito de outubro.

A mudança na data, determinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não agradou os candidatos. Embora não seja exigido que o indicado pela Casa esteja em exercício no Congresso, sem mandato o candidato entra enfraquecido na disputa. E, não sendo escolhido, fica sem a vaga no TCU e sem a cadeira de deputado.

“Foi um erro o adiamento. O ideal era que a escolha ocorresse antes das eleições. Sairia o resultado e cada um, então, procuraria o seu caminho”, reclamou Fábio Ramalho (MDB-MG), um dos candidatos, com o cuidado de não criticar Lira. “Se houve o adiamento é porque ele teve suas razões. Mas talvez haja uma nova mudança no prazo, estão dizendo que pode acontecer em 20 dias. Vamos aguardar.”

Já Hugo Leal (PSD-RJ), que também contava com a escolha até abril, afirma que, com a mudança, precisou voltar a concentrar os esforços em sua reeleição. De terça a quinta-feira o deputado, relator do Orçamento de 2022, garimpa votos para sua candidatura ao TCU e, nos fins de semana, viaja pelo Estado do Rio reforçando sua base eleitoral.

“Estou focado na reeleição, vou para o quinto mandato. Sábado e domingo tenho viagens pelo Estado”, diz o parlamentar, ao afirmar que a relatoria do Orçamento pode pesar a favor dele na disputa: “Mas não é tudo. O relator não tem como agradar a todos e atender a todos os pedidos. Acho que experiência ainda é o que reforça meu nome.”

Vão pesar na hora da escolha do novo ministro, de acordo com parlamentares, o bom relacionamento com Lira e a melhor entrada nas bancadas. Além de Leal e Ramalho, colocaram seus nomes na disputa Soraya Santos (PL-RJ) e Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR). Também pode entrar na briga Hélio Lopes (PL-RJ).

Campanha no plenário

Leal tem trabalhado seu nome com o discurso da experiência e sua boa relação com os demais parlamentares. Relator do Orçamento de 2022, que incluiu as emendas secretas, o parlamentar aumentou sua influência na Casa e estreitou sua relação com Lira. Já Ramalho diz ser o “mais político dos candidatos” e busca apoio com a proposta “de ser um homem da política dentro do TCU”.

“Serei um homem da política no TCU. Vou trabalhar pela política”, diz ele.

Soraya Santos, por sua vez, quer o apoio das mulheres. Em conversas com as parlamentares, ressalta que, com a saída de Ana Arraes, a bancada feminina ficará sem representantes. Afilhada política do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, é próxima de caciques do Centrão, grupo ao qual tem pedido apoio.

Jhonatan de Jesus aposta no apoio da bancada evangélica e no acordo feito entre seu partido e Lira no período da eleição para a presidência da Câmara. À época, o Republicanos não lançou candidato e apoiou Lira. Hugo, Jhonatan e Soraya dizem, nos corredores da Casa, que têm o apoio do presidente da Casa. Já Ramalho afirma seguir independente. Em uma eventual campanha, Hélio Lopes teria o suporte de bolsonaristas.

Chama a atenção, segundo Leal, a falta de um representante do Nordeste na disputa. Quando há candidatos nordestinos, as bancadas estaduais da região formam um bloco e fecham acordo de apoio a um só nome. Procurados, tanto Soraya quanto Jhonatan não quiseram falar sobre as eleições duplas.

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