Quinta-feira, 22 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de maio de 2025
A defesa de Bruno Henrique entrou com um pedido de arquivamento do inquérito policial sobre o jogador do Flamengo. Ele é suspeito de ter forçado um cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, e beneficiado apostadores. Os advogados alegam que as condutas imputadas ao atacante não são adequadas às ações relatadas.
Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal em abril, e a investigação é base para o Ministério Público do Distrito Federal oferecer denúncia contra o atacante.
O criminalista Ricardo Pieri Nunes, que defende Bruno Henrique, afirma na petição que a prática de forçar cartões como parte de estratégia tática é pública e conhecida no meio esportivo, inclusive incentivada por técnicos e admitida por outros atletas.
“Não há dolo de fraudar o resultado, mas sim de se poupar fisicamente ou zerar a contagem de cartões para não desfalcar o time em jogos decisivos”, diz um trecho da petição.
Bruno Henrique foi indiciado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte – fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado –, com pena de dois a seis anos de reclusão, e estelionato, que prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Alegações
A defesa de Bruno Henrique entende que não houve fraude e que a atitude do jogador do Flamengo não tinha como finalidade alterar o resultado da partida, como foi imputado pela PF. Alega ainda que, entre as conclusões da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado Federal, está que este tipo de conduta que tentam imputar ao Bruno Henrique não tem enquadramento na Lei, portanto não é configurado crime.
“É necessário destacar que o tipo penal do artigo 200 da Lei Geral do Esporte não se aplica à situação hipotética de um atleta que deliberadamente recebe um cartão amarelo em razão de estratégia desportiva, como ocorre nos casos em que o jogador se encontra “pendurado” com dois cartões e opta por forçar a suspensão em partida, com intuito de evitar desfalque em confrontos posteriores, ou aproveitando para se poupar fisicamente. É que tal prática, embora possa ser objeto de debate sob a ótica da ética desportiva, é conhecida, admitida e publicamente debatida entre atletas, treinadores, dirigentes e ex-árbitros, como expediente tático possível dentro da lógica competitiva do esporte de alto rendimento”, diz um trecho do texto.
Os ganhos insignificantes dos apostadores, na casa de R$ 15 mil (somados), também foram citados pela defesa para desqualificar a denúncia por estelionato. O documento indica que o lucro ínfimo, inclusive, teria sido motivo para arquivamento do caso no STJD no ano passado. Com base no princípio da insignificância, os advogados defendem que o valor não poderia causar danos ao patrimônio bilionário das casas de apostas.
Indiciados
Além do atacante do Flamengo, foram indiciados Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador. Os três fizeram apostas.
No Ar: Pampa Na Madrugada