Domingo, 28 de Abril de 2024

Home Brasil Delegado da Polícia Federal acusa dois senadores de atuarem em favor de criminosos na Amazônia

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O delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Saraiva acusou os senadores de Roraima Telmário Mota (Pros) e Mecias de Jesus (Republicanos) de atuarem em favor de criminosos na Amazônia. Ele dava uma entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, quando citou os dois parlamentares em uma fala sobre o que ele chamou de “bancada do crime”.

Procurado, Telmário Mota chamou o delegado de “desequilibrado e oportunista”. Depois, a assessoria do senador enviou nota afirmando que ele “em momento algum interferiu em qualquer fiscalização, inquérito ou processo relacionado a crimes ambientais.”

Também em nota, Mecias de Jesus disse ter sido “surpreendido com declarações levianas e irresponsáveis do delegado”.

Na entrevista, ao ser perguntado sobre as dificuldades para se combater crimes na Amazônia, o delegado disse que um dos maiores entraves ocorria porque “os criminosos que atuam na região têm parte dos políticos do Norte “no bolso”.

O delegado, que já atuou em Roraima, afirmou ter uma coleção de ofícios de senadores de diversos Estados da Amazônia enviados para seus superiores como forma de pressão para acabar com o trabalho de combate aos crimes.

“Estou falando de governadores, senadores. Eu tenho aqui uma coleção de ofícios de senadores, de diversos Estados da Amazônia, que mandaram para o meu chefe, dizendo que eu estava ultrapassando os limites da lei, que eu estava cometendo abuso de autoridade. Teve senador junto com madeireiro me ameaçando, enfim, o que pega é isso.”

Depois, acrescentou a maior parte dos políticos do grupo conhecido como “Centrão” são financiados por esses grupos criminosos, e emendou:

“Vou dizer nomes: Zequinha Marinho (PL-PA), estava junto com Ricardo Salles no dia da ‘Handroanthus’, Telmário Mota, Mecias de Jesus […]”, disse o delegado. Ele participou do programa para comentar o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia.

Na mesma fala, Saraiva citou outros políticos do País, como senador Zequinha Marinho (PL-PA), que já rebateu, afirmando se tratar de “calúnia”.

“Estamos entrando com uma queixa-crime contra ele por essas acusações levianas. É um homem que faz acusações sem o fundamento da verdade”, disse Telmário. “As acusações descabidas de qualquer fundamento mostram que esse cidadão não está à altura dos cargos que tem ocupado, pois se comporta como um militante político e um ambientalista radical”, pontuou, em nota, o senador Mecias.

No dia seguinte à entrevista, o delegado reiterou as acusações. Disse que Telmário e Mecias fizeram pressão para que ele cessasse investigações contra criminosos, principalmente madeireiros.

“Então, eles foram o tempo todo pressionar o diretor-geral, o ministro, as autoridades, mandando ofício. Bastante manifestações para defender criminosos. Imagina alguém fazendo isso pra defender traficante de drogas? Não, acredito que não. Então, por que que é diferente está roubando madeira?Porque, assim, tem provas e eles sabem disso”, reafirmou, acrescentando “estou aguardando que eles me processem”.

Na entrevista, Saraiva concluiu afirmando que “temos uma bancada do crime. Na minha opinião, de marginais, de bandidos”. Além de citar os políticos, o delegado também disse que ameaça a servidor público é constante na Amazônia.

Saraiva já foi superintendente da PF no Amazonas e foi exonerado após uma polêmica envolvendo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. O afastamento dele do cargo ocorreu após enviar ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra Salles e o senador Telmário Mota. O procedimento, no entanto, foi arquivado.

Nessa mesma entrevista, Saraiva afirmou que Amazônia vive uma guerra com a presença de criminosos armados e que é preciso haver ações coordenadas das polícias em nível estadual e federal com as Forças Armadas para combater o avanço da violência.

 

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