Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 1 de outubro de 2024
A descoberta veio relativamente cedo. Aos 16 anos, Amanda Lima tinha muitas lesões nas pernas e braços, se coçava o tempo todo e ficava com a pele marcada. “Até hoje tenho essas cicatrizes. Descobri a dermatite atópica na adolescência, em uma época da vida em que a vaidade está nas alturas”, lembra.
Hoje, aos 38 anos, a publicitária sabe lidar com a questão, mas não foi sempre assim. “Demorou até descobrir o que desencadeava as lesões e coceiras. Com o passar do tempo, fui amadurecendo e criando caminhos para conviver da melhor forma com a questão. Hoje, já sei quais são os gatilhos controláveis e me atento a eles, mas há aquele que não está 100% na minha mão, que é o emocional. Sempre que estou com um nível de estresse mais alto, preciso ficar atenta”, conta.
E ela não está sozinha. A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma doença de pele inflamatória frequente, provocada por uma reação exagerada das defesas naturais do organismo que se manifesta com coceira e lesões avermelhadas e descamativas. “O público mais atingido é o infantil, mas a doença pode se manifestar também na vida adulta”, conta Ana Paula Resque, diretora médica do laboratório Sanofi.
Para se ter ideia, de acordo com iniciativa da Organização Mundial da Saúde, estima-se que a dermatite atópica afeta, pelo menos, 230 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a principal causa de doenças crônicas em condições de pele. E mais: “Por não ter cura e estar presente em áreas visíveis e expostas, muitas vezes os pacientes enfrentam preconceito porque as pessoas, no geral, acreditam que é uma doença contagiosa”, conta Tatiane Curi, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Por isso, é preciso conhecer, entender e saber lidar com essa doença que é tão comum e pode impactar, de diversas formas, a vida de quem convive com ela.
Recentes inovações
Estudos científicos recentes têm mostrado que a introdução de novas opções terapêuticas tem o potencial de transformar o manejo da dermatite atópica grave, oferecendo alternativas para casos que não respondem aos tratamentos tópicos convencionais.
Nesses casos mais graves, o uso de terapias avançadas sistêmicas como imunobiológicos – tratamento que age diretamente no processo inflamatório da pele evitando exacerbações da doença e controlando os sintomas de forma eficaz – é essencial. Além disso, esse tipo de tratamento já é incorporado ao Sistema Único de Saúde, o SUS, e está disponível para pacientes adultos e pediátricos, entre 6 meses e menores de 18 anos.
“A inclusão de novas terapias no SUS permite uma abordagem mais eficaz, reduzindo os impactos da doença na vida das crianças e seus familiares e contribuindo para a redução de custos em longo prazo”, avalia Norma Rubini, médica alergista e diretora científica da Asbai.
Além do tratamento agudo, existe o tratamento a longo prazo e o cuidado diário, tudo para que a dermatite atópica não afete tanto a rotina de quem tem essa doença. “A coceira persistente provocada causa feridas que atrapalham o sono, os afazeres cotidianos e a vida social”, explica Ana Paula Resque, diretora médica do laboratório Sanofi.
Por isso, os objetivos terapêuticos incluem uma abordagem em várias etapas com intervenções destinadas a evitar, também, gatilhos relevantes. “A escolha do tratamento é amplamente baseada na gravidade da doença, com ajustes na idade dos pacientes, presença de comorbidades relacionadas, resposta do paciente, preocupações com a adesão e custo”, complementa Tatiane Curi, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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