Terça-feira, 11 de Novembro de 2025

Home Saúde Diabetes: sensor com inteligência artificial chega ao Brasil; veja o que faz o medidor de glicose

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A farmacêutica Roche lançou no Brasil um novo sensor de monitoramento contínuo de glicose que utiliza inteligência artificial (IA) para antecipar quedas ou picos de açúcar no sangue. O aparelho integra uma nova geração de sensores que busca ampliar a segurança dos pacientes ao prever alterações na glicemia e emitir alertas em tempo real.

“Esses novos sensores têm modelos matemáticos que conseguem prever se a glicose vai subir ou descer, e o próprio aparelho dispara alarmes avisando”, explica a doutora em Endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP) Andressa Heimbecher, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. “Um aviso sobre uma hipoglicemia no meio da madrugada, por exemplo, salva vidas, porque se ela não for detectada pode levar o paciente a um coma.”

Para Marcio Krakauer, coordenador da Comissão de Inteligência Artificial e Tecnologias em Endocrinologia e Metabologia da SBEM, o lançamento marca um avanço importante. “Esses sensores representam uma mudança de paradigma total no tratamento do diabetes. É uma doença praticamente assintomática na maior parte do tempo, e os sensores são os olhos do diabetes. Agora conseguimos enxergar o que está acontecendo no corpo e, com esses novos aparelhos, o que ainda vai acontecer. Isso melhora o controle, reduz hipoglicemias e eleva a qualidade de vida.”

O novo dispositivo, Accu-Chek SmartGuide, foi aprovado pela Anvisa para adultos a partir de 18 anos e estará disponível nas farmácias brasileiras. Segundo a Roche, o preço “será compatível com outros sensores disponíveis no mercado”. Atualmente, os dispositivos custam em torno de R$ 300 cada, com duração média de 15 dias — cerca de R$ 600 mensais.

“O acesso ainda é uma questão não só no nosso país, mas no mundo inteiro. Aqui, quem tem plano de saúde consegue reembolsar os sensores. No setor público, há apenas alguns projetos pontuais que oferecem o produto com critérios técnicos específicos. Esse acesso ainda é um grande gargalo”, ressalta Krakauer.

O diabetes é uma condição crônica em que o corpo não produz ou não utiliza adequadamente a insulina, hormônio responsável por retirar o açúcar do sangue. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 11,1% da população adulta mundial, cerca de 589 milhões de pessoas, vivem com a doença. No Brasil, o índice é de 10,6%, o equivalente a 16,6 milhões de pacientes.

O sensor poderá ser indicado tanto para portadores de diabetes tipo 1 quanto tipo 2 que dependem de insulina. Ele mede continuamente o nível de glicose e identifica casos de excesso (hiperglicemia) ou falta (hipoglicemia).

A novidade está na IA, que aciona alertas preditivos. A função “Predição de Hipoglicemia” informa com até 30 minutos de antecedência o risco de queda da glicose, permitindo ação imediata. Já a “Predição Noturna” alerta sobre quedas durante o sono, um dos momentos mais perigosos para o paciente. Há ainda o recurso “Predição de Glicose em 2 Horas”, que mostra tendências de alta ou baixa para os 120 minutos seguintes.

O aparelho é resistente à água, realiza leituras automáticas a cada cinco minutos e se conecta via Bluetooth a smartphones Android ou iOS.

O produto se soma a outros sensores avançados, como o FreeStyle Libre 2, da Abbott, e o G7, da Dexcom, que também preveem variações de glicose — embora este último ainda não esteja disponível no país.

“A grande vantagem desses sistemas é o monitoramento remoto”, afirma Andressa. “Tenho pacientes que viajam e, mesmo à distância, consigo acompanhar a glicemia em tempo real e ajustar o tratamento. Esse controle é fundamental para quem usa insulina.”

 

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