Quinta-feira, 20 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de novembro de 2025
Para ampliar a conscientização da população sobre o acidente vascular cerebral (AVC), o cardiologista Jorge Tartaglione reuniu três recomendações fundamentais de prevenção. Segundo ele, manter atividade física regular, adotar uma alimentação saudável e fortalecer vínculos sociais são medidas essenciais para reduzir o risco da doença.
A primeira orientação é simples: movimentar-se mais. “Atividade física é a melhor vacina”, afirma o especialista. Ele também recomenda uma alimentação baseada em itens naturais. “Coma aquilo que seu avô reconheceria como comida”, diz. O terceiro pilar é o que chama de “músculo social”. Para Tartaglione, a solidão aumentou e se tornou um fator de risco relevante. “Vivemos em um tempo de muita conexão, mas também de muita solidão”, observa.
Tempo é decisivo
O cardiologista lembra que a rapidez no atendimento é crucial quando se fala em AVC. “A ideia de ter um AVC nos aterroriza, e isso é compreensível: na Argentina, ocorre um a cada quatro minutos, o que significa 130 mil casos por ano”, explica.
Segundo ele, o impacto é imediato e grave: cerca de dois milhões de neurônios morrem a cada minuto. “Nesta situação, o tempo é essencial: o tempo que você leva para ligar para o 107 determinará sua vida”, afirma.
Tartaglione acrescenta que a genética tem influência limitada. “A genética tem muito pouco impacto nisso, a menos que seja um aneurisma. Para ser mais claro: um AVC é 25% genética e 75% saúde geral”, explica.
Sinais de alerta
Entre os principais sintomas que exigem atenção, o especialista cita perda de visão em um dos olhos, fraqueza em um braço, dificuldade para falar e alterações no canto da boca. “Esses são os sinais mais comuns”, diz.
O médico também chama atenção para um fenômeno crescente entre jovens. Segundo ele, o estilo de vida contemporâneo tem elevado o número de casos na população mais nova. “Hoje, muitos jovens sofrem AVC devido à ocidentalização da sociedade, por causa do seu estilo de vida. Além disso, o consumo de cocaína contribui para o aumento desses casos”, alerta.
“O cérebro como uma cidade”
Para facilitar a compreensão sobre o funcionamento do cérebro e os tipos de AVC, Tartaglione usa uma metáfora. “Pense no seu cérebro como uma cidade, onde existem rodovias. Se essas rodovias ficarem congestionadas, elas não transportarão energia para a outra parte”, explica.
Ele compara o AVC hemorrágico a um acidente que bloqueia a via e o AVC isquêmico a uma ponte que desaba, interrompendo o fluxo. E reforça que o problema não surge de forma repentina. “Um AVC é o culminar de uma tempestade perfeita que se desenvolve ao longo da vida”, conclui.
(Com O Globo)