Por Redação Rádio Pampa | 16 de junho de 2025
Em um cenário cada vez mais acelerado, a qualidade do sono costuma ser negligenciada. A Medicina do Sono, no entanto, se consolida como uma área fundamental, voltada ao diagnóstico e tratamento de distúrbios que comprometem o descanso – e, por consequência, a saúde física, mental e até os relacionamentos.
Uma pesquisa global encomendada pela ResMed em 2025, com mais de 30 mil entrevistados em 13 países, revelou uma tendência crescente: o aumento de casais que optam por dormir em quartos separados. O fenômeno, conhecido como “divórcio do sono”, é motivado, principalmente, pelo ronco e outros ruídos noturnos. Segundo o levantamento, 32% dos participantes apontaram o ronco, a respiração ofegante ou barulhenta do parceiro como fatores que prejudicam o sono.
De acordo com Marcelo Andrade Starling, especialista em Medicina do Sono e professor da Afya, esses desconfortos estão frequentemente associados a quadros como apneia, insônia, ronco crônico e distúrbios motores. “Nosso objetivo é compreender e tratar essas condições, promovendo bem-estar, saúde e, muitas vezes, contribuindo para a harmonia do casal”, destaca.
O médico explica que dormir juntos continua sendo uma possibilidade, desde que os distúrbios sejam tratados. “O chamado ‘divórcio do sono’ descreve situações em que um parceiro passa a dormir separado porque o sono do outro compromete sua própria qualidade de descanso”, observa.
O levantamento também mostrou que 18% dos casais já adotaram, de forma permanente, a prática de dormir em ambientes diferentes. Entre eles, 31% relataram melhora no relacionamento, enquanto 30% sentiram piora. No quesito intimidade, 28% apontaram melhora na vida sexual, enquanto 22% disseram ter percebido o oposto.
Para Starling, antes de recorrer à separação de camas ou quartos, é fundamental investigar as causas do problema e buscar soluções médicas e comportamentais. “A qualidade do sono de um impacta diretamente a do outro. Dormir juntos envolve interações constantes durante a noite. Quando o descanso é prejudicado, há reflexo no humor, na comunicação e na paciência, gerando estresse e desgaste emocional”, alerta.
O especialista recomenda a adoção de hábitos que favorecem o sono, como manter uma rotina regular, evitar telas antes de deitar, reduzir o consumo de cafeína, álcool e alimentos pesados à noite, além de criar um ambiente propício ao descanso. “A cama deve ser um espaço reservado exclusivamente para dormir. Estimular o corpo e a mente a entenderem esse momento é essencial para a saúde e também para a vida a dois”, finaliza.
(Com informações do O Globo)
No Ar: Pampa Na Madrugada
