Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025

Home Saúde Doenças neurológicas desafiam a maioria dos países, diz a Organização Mundial da Saúde

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Menos de um em cada três países está adequadamente preparado para lidar com o crescimento das doenças neurológicas no mundo, segundo o relatório Global status report on neurology, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento aponta que esse grupo de enfermidades é responsável por mais de 11 milhões de mortes todos os anos e afeta mais de 40% da população mundial, configurando um dos maiores desafios atuais para os sistemas de saúde.

De acordo com a OMS, as dez principais condições neurológicas que mais contribuem para mortes e incapacidades globais são: acidente vascular cerebral (AVC), encefalopatia neonatal, enxaqueca, doença de Alzheimer e outras formas de demência, neuropatia diabética, meningite, epilepsia idiopática, complicações neurológicas associadas ao parto prematuro, transtornos do espectro autista e cânceres do sistema nervoso. Essas condições impactam não apenas a expectativa de vida, mas também a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.

Para o neurologista Diogo Haddad, do Hospital Nove de Julho, os dados refletem um problema crescente e ainda subestimado. “Nós estamos vendo uma epidemia neurológica. Muitas das principais doenças e condições patológicas são associadas a questões neurológicas, desde as coisas mais simples, como dores de cabeça e tonturas, até doenças cerebrovasculares, como AVCs, e doenças demenciais, como Alzheimer”, afirma o especialista. Segundo ele, o envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida contribuem para o avanço desses quadros.

O levantamento também revela falhas significativas no acesso aos serviços de saúde. A maioria das pessoas que vivem com doenças neurológicas não consegue atendimento adequado. Apenas 49 dos 194 Estados-membros da OMS, o equivalente a 25%, incluem os distúrbios neurológicos nos pacotes de cobertura universal de saúde. A desigualdade é ainda mais evidente quando se analisa a disponibilidade de profissionais: países de baixa renda possuem mais de 82 vezes menos neurologistas do que as nações de alta renda.

Outro aspecto destacado no relatório diz respeito ao cuidado contínuo. Apenas 46 países oferecem programas formais de apoio a cuidadores, e somente 44 contam com algum tipo de proteção legal para essas pessoas. Segundo a OMS, essa lacuna faz com que cuidadores informais, que na maioria dos casos são mulheres, assumam responsabilidades extensas sem o devido suporte, reconhecimento ou amparo institucional.

O documento cita o Brasil como um exemplo positivo de política integrada voltada à neurologia, especialmente no âmbito do Sistema Único de Saúde. Ainda assim, Diogo Haddad ressalta que persistem desafios importantes no país. Segundo ele, a escassez de profissionais especializados e a falta de centros de referência em neurologia continuam sendo obstáculos relevantes para o atendimento adequado da população.

O relatório da OMS reforça a necessidade de investimentos em prevenção, diagnóstico, tratamento e apoio social, destacando que o enfrentamento das doenças neurológicas exige ações coordenadas entre governos, profissionais de saúde e a sociedade. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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