Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home Cultura Em eleição disputada, Academia Brasileira de Letras escolhe economista Eduardo Gianetti para última cadeira que estava vaga

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O economista Eduardo Gianetti da Fonseca, de 64 anos, foi eleito para a Cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras. Ele superou o escritor Gabriel Chalita e o advogado Sergio Bermudes em votação realizada no Petit Trianon nesta quinta-feira (16).

Vaga desde a morte de Tarcísio Padilha, em setembro, esta era a última das cinco cadeiras em disputa na instituição. Foi também a eleição mais disputada, em dois escrutínios. No último, Gianetti recebeu 18 dos 34 votos, enquanto Bermudes ficou com 9 e, Chalita, 7.

As outras cadeiras foram preenchidas pela atriz Fernanda Montenegro, o compositor Gilberto Gil, o médico Paulo Niemeyer e o advogado José Paulo Cavalcanti. Com os resultados, a academia acabou não elegendo nenhum ficcionista para seu quadro.

Nascido em Belo Horizonte, em 1957, Gianetti é formado em economia e ciências sociais na Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Teoria Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia e teoria econômica, história do pensamento econômico, economia do bem-estar, ética e economia.

Ex-professor na Universidade de Cambridge e no Insper São Paulo, recebeu duas vezes do Prêmio Jabuti: o primeiro, em 1994, por “Vícios privados, benefícios públicos?” e o segundo, em 1995, pelo livro “As partes & o todo”.

Publicou ainda “Autoengano” (1997), “O valor do amanhã” (2005) e “Trópicos utópicos” (2016), entre outros. Nos últimos anos, Gianetti tem se direcionado mais para a filosofia. Seu penúltimo título, “O elogio do vira-lata e outros ensaios” (2018) ele recupera uma expressão de Nelson Rodrigues (usada pelo dramaturgo carioca para definir o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros nos anos 1950) para pensar o estado de espírito atual do país. Já “O anel de Giges”, de 2020, parte de uma fábula do segundo livro da República Platão.

“Sou mais identificado como economista, mas minha verdadeira paixão é a filosofia”, diz o novo imortal. “Na Academia, terei mais liberdade para me direcionar mais intensamente no meu trabalho com a literatura e a filosofia.”

Próximo da Rede Sustentabilidade, Gianetti elaborou os planos de governo para a candidata Marina Silva nas campanhas presidenciais de 2010, 2014 e 2018. Sua atuação política vem de longe. Nos anos 1970, quando era aluno da USP, ele foi fichado como subversivo pela Ditadura Militar.

Os ocupantes anteriores da cadeira 2 foram Coelho Neto (fundador), João Neves da Fontoura, João Guimarães Rosa e Mário Palmério.

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