Quarta-feira, 16 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de maio de 2023
Os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Jader Filho (Cidades) foram ao gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta semana, mas não foram recebidos. Oficialmente, o motivo apresentado por Pacheco foi que ele teria de abrir a sessão do plenário no mesmo horário.
O gesto, no entanto, sinaliza uma insatisfação com o governo. Pacheco não gostou de ter sido pego de surpresa, na última segunda-feira (8), pelo anúncio sobre os novos diretores do Banco Central (BC), que precisam passar por sabatina no Senado. Outro fator de incômodo foi que Padilha e Jader foram ao Congresso sem avisar. A visita a Pacheco ocorreu de improviso, antes de reunião com líderes. Esperaram por cerca de 30 minutos, e depois desistiram.
Assim como Pacheco, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-MG), também não foi informado previamente sobre os nomes escolhidos para o BC. Ele estava com o presidente do Senado, em viagem a São Paulo, quando os dois souberam da notícia pela imprensa.
Durante a ida dos senadores à capital paulista, o presidente da Fiesp, Josué Gomes, pediu que o Congresso aprove um mecanismo de financiamento para proteger a indústria brasileira de transformação na Argentina. Gomes alega que a indústria chinesa está tomando espaço do País na relação com os vizinhos argentinos.
Agenda prioritária
Há quase cinco meses no comando do Planalto, Lula até hoje não definiu com seus ministros uma agenda prioritária de propostas a serem discutidas com o Congresso. Essa falta de planejamento tem preocupado o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Câmara, Arthur Lira.
O governo petista resiste a colocar no papel uma agenda de projetos porque considera essa lógica de “definição de prioridades” um modelo de Jair Bolsonaro.
Sem definir rumos para a base aliada, no entanto, o presidente tem pagado o preço da falta de foco e de alinhamento dos partidos nas votações. Lula poderia estabelecer metas para o futuro, com discussões voltadas para os reais problemas do País. Em vez disso, meteu-se a fazer uma revisão do passado.
Usando a influência no STF, conseguiu fragilizar a Lei de Estatais. Agora, tenta driblar a Câmara e o Senado ao pedir novamente que o Supremo reverta a privatização da Eletrobras, um tema já superado pelo Legislativo. Recentemente, foi derrotado em plenário, com apoio dos próprios aliados, ao tentar desfigurar o marco do saneamento.
Enquanto Lula olha para o passado, o Congresso é obrigado a trabalhar com pautas próprias e sem conexão com a equipe de ministros do governo. Temas prioritários não andam e o que poderia ter apoio do Legislativo — já que muitos temas de interesse do governo já são objeto de projetos no Parlamento — fica em segundo plano.
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