Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Embaixada pede que brasileiros deixem duas regiões da Ucrânia

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A Embaixada do Brasil na Ucrânia recomendou em comunicado, no sábado (19), que os brasileiros que estão no país redobrem a atenção e evitem as províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk.

“Aconselha-se aos cidadãos que já estejam nessas regiões que considerem deixá-las sem demora. Os cidadãos brasileiros na Ucrânia devem ainda estar atentos à possibilidade de novos cancelamentos ou adiamento de voos internacionais na próxima semana”, disse o comunicado.

A embaixada informou ainda que a empresa aérea Lufthansa anunciou nesta tarde que irá suspender temporariamente seus voos de Kiev e Odessa, a partir de segunda-feira (21) até o final do mês.

O comunicado ocorre dias depois de uma visita oficial do presidente Jair Bolsonaro à Rússia.

Até a semana passada, a Embaixada afirmava que não havia “recomendação de segurança contrária à permanência na Ucrânia”. E pedia apenas que os brasileiros se mantivessem em “alerta” e “atualizados”.

As regiões

As autoproclamadas repúblicas Donetsk e Luhansk são dois enclaves separatistas que ficam no Leste da Ucrânia, com forte influência eslava.

Em 2014, logo após a anexação da Crimeia pela Rússia, os rebeldes separatistas, apoiados por Vladimir Putin, protagonizaram um conflito armado com as forças do governo ucraniano que deixou mais de 14 mil mortos.

Na sexta-feira (18), as duas províncias anunciaram a retirada de centenas de milhares de pessoas para a Rússia – com mulheres, crianças e idosos indo primeiro – após acusarem o governo da Ucrânia de preparar uma invasão, depois que os confrontos aumentaram.

Com bombardeios atingindo cidades nas regiões separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia no sábado, milhares de civis foram retirados em massa em ônibus enviados à cidades russas na fronteira, enquanto líderes separatistas apoiados pelo Kremlin convocaram uma mobilização militar total, citando a suposta ameaça de um ataque iminente de forças ucranianas — acusação que Kiev nega.

Denis Pushilin, chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), disse que assinou o decreto da mobilização, convocando homens “capazes de empunhar uma arma” a se dirigir a quartéis militares. Leonid Pasechnik, chefe da República Popular de Luhansk (RPL), assinou um decreto similar posteriormente.

Em paralelo, o Exército da Ucrânia anunciou que dois soldados morreram e quatro ficaram feridos em ataques dos separatistas no sábado, afirmando que as forças rebeldes estavam posicionando artilharia em áreas residenciais para tentar provocar uma resposta. Também relatou 70 incidentes armados na manhã do mesmo dia, depois de 66 nas 24 horas anteriores.

Presidente

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniu-se com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em Munique durante a Conferência de Segurança na cidade alemã.

Na conversa, Zelensky afirmou que a Ucrânia está em busca de “paz”, após os EUA afirmarem que a Rússia poderia invadir o país nos próximos dias. Em fala breve, Zelensky também disse que a Ucrânia procura apoio específico dos Estados Unidos para seu exército.

Já em pronunciamento na conferência o chefe de Estado pediu mais apoio do Ocidente e reforçou que vai defender o próprio país “com ou sem parceiros”. “Todos devem entender que não estamos pedindo uma doação”, disse.

“Não é apenas um gesto de generosidade, mas isso é uma contribuição de vocês para a segurança da Europa, para qual a Ucrânia tem servido como um escudo por oito anos já”, prosseguiu.

Zelensky observou que o planeta já perdeu “milhões de vidas” com duas guerras mundiais e que é preciso ter “esperança” para não ocorrer um terceiro conflito.

“O mundo já pagou um preço muito alto com duas guerras mundiais e nós não podemos seguir nessa tendência. E não tornar isso uma tendência. Nós precisamos construir um novo sistema, antes que tenhamos milhões de vítimas”, afirmou Zelensky.

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