Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Entenda por que os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode atacar a Ucrânia a qualquer momento

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Com a Rússia realizando uma enorme escalada militar perto da Ucrânia e o Ocidente rejeitando as exigências de segurança de Moscou, uma janela para a diplomacia para a crise no leste europeu parece estar se fechando.

Em um dos acontecimentos mais recentes, o presidente dos EUA, Joe Biden, discursou na Casa Branca nesta semana. Ele apontou que as tropas da Rússia estão em prontidão para atacar a Ucrânia nos próximos dias.

“Temos motivos para acreditar que as forças russas atacarão nos próximos dias, especificamente a capital ucraniana de Kiev “, afirmou. Para o presidente americano, Vladimir Putin já decidiu que irá atacar o país vizinho.

“Neste momento, estou convencido de que ele tomou a decisão. Nós temos razões para acreditar nisso. Até que ele o faça, a diplomacia é sempre uma possibilidade”, completou Biden.

Entenda o que levou Biden a defender essa ideia, de acordo com a Associated Press:

Demandas

A Rússia quer que os EUA e seus aliados impeçam a Ucrânia e outras ex-nações soviéticas de ingressarem na Otan, abstenham-se de posicionar equipamentos militares perto da Rússia e recuem as forças da aliança da Europa Oriental.

Washington e a Otan rejeitam essas demandas, mas estão se oferecendo para discutir possíveis limites para o uso de mísseis, maior transparência dos exercícios militares e outras medidas de construção de confiança.

Putin ainda não deu a resposta formal de Moscou às propostas ocidentais, mas já as descreveu como secundárias e alertou que não aceitaria um “não” como resposta às suas principais demandas. Ele rebateu o argumento ocidental sobre a Otan ter uma política de portas abertas, argumentando que ela ameaça a Rússia e viola o princípio da “indivisibilidade da segurança” consagrado em acordos internacionais.

Em um dos episódios recentes, o governo russo anunciou a retirada de tropas da região de fronteira com a Ucrânia. A notícia foi bem recebida, porém, a Otan realizou investigações e disse que a mobilização não ocorreu.

O serviço de inteligência dos EUA também discordou do anúncio russo. Para os americanos, as tropas a serviço do Kremlin seguem posicionadas e em prontidão para atacar a qualquer momento.

Poderio militar

Com o Ocidente rejeitando suas principais demandas, o Kremlin aumentou as apostas concentrando mais de 100 mil soldados perto da Ucrânia e realizando uma série de manobras militares do Oceano Ártico ao Mar Negro.

Como parte da demonstração de força, Moscou transferiu trens carregados de tropas, tanques e armas do Extremo Oriente e da Sibéria para Belarus para exercícios militares, despertando preocupações ocidentais de que a Rússia possa usá-los como cobertura para uma invasão.

Washington e seus aliados ameaçam com sanções sem precedentes no caso de uma invasão, incluindo uma possível proibição de transações em dólares, restrições às principais importações de tecnologia, como microchips, e o fechamento de um gasoduto russo recém-construído para a Alemanha.

O governo do presidente Joe Biden também enviou tropas adicionais dos EUA para a Polônia, Romênia e Alemanha, em uma demonstração do compromisso de Washington de proteger o lado leste da Otan. Os EUA e seus aliados entregaram aviões carregados de armas e munições para a Ucrânia.

Escala calculada

Ao concentrar tropas que poderiam atacar a Ucrânia de várias direções, Putin demonstrou estar pronto para escalar a crise e atingir seus objetivos.

“Putin parece superconfiante e está exibindo um alto nível de tolerância ao risco”, disse Ben Hodges, que serviu como comandante geral do Exército dos EUA na Europa e agora trabalha no Centro de Análise de Políticas Europeias. “Ele parece empenhado em aplicar a máxima pressão sobre o Ocidente nesta crise autofabricada, na esperança de que a Ucrânia ou a Otan acabem fazendo concessões.”

Alguns observadores esperam que Putin aumente ainda mais as tensões ao expandir o escopo e a área dos exercícios militares.

Fyodor Lukyanov, chefe do Conselho de Políticas Externas e de Defesa, com sede em Moscou, que segue de perto o pensamento do Kremlin, previu que uma recusa ocidental em discutir as principais demandas da Rússia desencadearia uma nova rodada de escalada.

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